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Enviada em: 24/03/2019

A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota. A frase do filósofo Sartre pode ser usada no hodierno contexto brasileiro, cujo excesso de criminalidade tem ameaçado a manutenção do bem-estar da sociedade. Nesse sentido, a tentativa de reduzir os índices de violência esbarra nas falhas políticas estatais, assim como na falta de incentivo à educação em comunidades carentes.       Os homicídios representam quase 10% do total das mortes do país, segundo O Globo. Tal panorama demonstra a ineficiência do Estado brasileiro na criação de políticas públicas que visem evitar que a violência aconteça em prol daquelas que objetivam punir. Uma prova disso é a falta de projetos públicos dentro de presídios que intencionem não apenas socializar os detentos na sociedade, mas também proporcionar a eles uma nova perspectiva de vida. Ao contrário disso, vê-se frases extremistas como “bandido bom é bandido morto”. Assim, há uma tendência de que o indivíduo saia da prisão e continue a praticar delitos. Portanto, no Brasil, prefere-se lidar com a doença em vez de preveni-la.       Outrossim, segundo Durkheim, os jovens tendem a adotar as mesmas atitudes do meio em que convivem. Nesse sentido, fica nítida a falha do incentivo a educação a todos que socialize, que dê oportunidades e que dê noção de pertencimento a uma sociedade. Em razão dessa falta de bons exemplos, os jovens de comunidades pobres espelham-se em outras atitudes, como no exemplo da ascensão financeira pelo tráfico de drogas ou pelo crime organizado. Desse modo, sem incentivo a educação, o Brasil continuará liderando o ranking dos países que mais mata jovens.        Sendo assim, sabendo-se que "A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo", segundo Nelson Mandela, medidas são indispensáveis para alterar o cenário vigente. Para tanto, é necessário que equipes pedagógicas escolares, juntamente com agentes sociais, estimulem a educação nas comunidades carentes, cujo foco principal seria dar novas visões de vida a jovens que vivenciam a criminalidade desde cedo. Outra medida paliativa, cabe ao Poder Legislativo, que deve criar leis e projetos sociais que impeçam que a violência aconteça, como financiar projetos que incentivem o esporte e cultura, assim como a criação do Cotão Escola, no qual destinaria parte da verba de gabinete de todos deputados à escolas de regiões pobres e violentas. Apenas assim o Brasil irá conseguir diminuir os índices de violência.