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Enviada em: 27/03/2019

Na Roma antiga, no famoso Coliseu - arena em que gladiadores lutavam até a morte -, a violência era considerada como um espetáculo. Contemporaneamente, nas cidades brasileiras, o  cenário violento é uma realidade, embora os espectadores(moradores urbanos) não sejam favoráveis a essa situação. Isso se deve, principalmente, à ineficiência da chamada guerra às drogas e ao descaso estatal.           Diante desse cenário, a imperícia das organizações de segurança do país - como a polícia militar e o exército - está diretamente relacionada ao aumento da violência urbana. Isso porque, no que se refere ao tráfico, a política antidrogas, altamente difundida, se mostra ineficiente, já que essa truculência exercida nas comunidades carentes não soluciona o problema da venda de drogas e, por vezes, pessoas inocentes são atingidas. O filósofo italiano Nicolau Maquiavel, nesse sentido, afirma que numa sociedade relações de poder sempre existirão. Tal conjuntura faz-se presente no meio urbano brasileiro, visto que os bandidos detém a influência local, atuando como um estado paralelo - muitas vezes violento -, e os encarregados de fazer a segurança governamental atuam com extrema violência, o que torna a população refém de ambos. Dessa forma, cabe uma mudança nesse panorama.        Outrossim, segundo o escritor brasileiro Simon Schwartzman, o Estado apropria-se de sua função pública para satisfazer interesses privados. Indubitavelmente, o descaso do Governo no que tange às políticas públicas de combate à violência nas cidades está de acordo com a ideia do autor. Nessa perspectiva, a manutenção do Estado de Bem-estar Social é cada vez mais deficiente, já que medidas como a melhoria da saúde, segurança e, sobretudo, educação pública não abrange os políticos, que geralmente utilizam desses serviços por meio da iniciativa privada. Dessa maneira, a ausência de um ensino gratuito de qualidade e as altas taxas de desemprego são fatores que promovem ainda mais a violência, tendo em vista que muitos indivíduos - em extrema pobreza e sem auxílio nenhum - acabam recorrendo à criminalidade como forma de sobreviver. Essa realidade necessita de uma intervenção.                 Urge, portanto, que medidas sejam implementadas para mitigar a violência urbana no país. Nesse âmbito, o Estado deve investir no combate inteligente às drogas, por meio da busca, pelas Polícias Federal e Civil, da origem das drogas comercializadas em comunidades, visando agir na fonte do problema e acabar com o poder do tráfico. Além disso, o Ministério da Educação deve aprimorar o ensino no Brasil, disponibilizando, em parceria com a iniciativa privada, cursos técnicos para a população mais pobre, objetivando proporcionar melhores oportunidades de emprego e, consequentemente,  a melhoria da condição de vida dessas pessoas.