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Enviada em: 28/03/2019

Segundo Durkheim, a sociedade é um corpo coletivo movido por laços sociais, os quais na contemporaneidade, tornaram-se instáveis, e impeliram a coesão social. Essa proposta é facilmente aplicável ao contexto da violência urbana brasileira, em que se observa o aumento da instabilidade da segurança civil. Esse cenário é resultado imprescindível da marginalização de grupos sociais, que priorizam a infração em detrimento da ordem pública. Dessa forma, dentre os fatores que agravam esse processo, estão a falha do sistema carcerário vigente, aliado à exclusão e segregação das camadas populares marginalizadas.     É necessário associar o defeito do sistema presidiário ao aumento da violência no setor urbano, o qual afeta diretamente o corpo civil. Evidentemente, isso demonstra-se devido à preferência do usufruto da violência para punição, à tentativa de reinserção social de infratores. Consequência disso, é a superlotação dos presídios brasileiros, assim, alinhando-se então ao descrito por Thomas More, em "Utopia", o qual diz que o governo cria transgressores para puni-los, já que é normal o cometimento de atos ilícitos, após a saída de presídios.      Ademais, é válido ressaltar a segregação e a exclusão de camadas marginalizadas, graças ao descaso do governo, como intensificador da insegurança pública. Esse cenário advém do desleixo social perante os setores periféricos. Exemplo disso, foi o ocorrido no ano de 2018, quando os níveis de violência periférica superaram a capacidade do estado do Rio de Janeiro, em lidar com o problema da segurança, e foi-se necessário uma intervenção federal, a qual culminou em mais violência. Sendo assim, tal fato alinha-se à teoria de Foucault, o qual afirma que os indivíduos excluídos sofrem com o descaso da sociedade, pois é significativa a violência nas periferias.      Em suma, evidencia-se que a falha do sistema carcerário, em comunhão com o desmembramento de certas camadas populares , são o cerne do crescimento da insegurança civil. Desse modo, é fundamental que o Governo Federal crie programas de prevenção contra à violência. Tais medidas, efetivadas por meio de fortes investimentos em infraestruturas básicas nas periferias, destinação de verbas à segurança pública e revisão das punições nos presídios. Logo, com finalidade de ampliar a fiscalização e reduzir o número de carcerários. Em acréscimo, é necessário juntamente com o Governo, que ONGs trabalhem no processo de reintegração de infratores e conscientização popular. Assim, espera-se que essas diretrizes, à medida que reduzam a violência, aproximem-se da coesão coletiva durkheimiana.