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Enviada em: 14/04/2019

"O meu país e sua corja de assassinos, covardes, estupradores e ladrões [...] vamos celebrar a violência". A música "Perfeição" da banda Legião Urbana, estampa, de forma irônica, a face da violência que assola o país e, não diferente, amiúde, exibe-se como algo permissivo na sociedade. Logo, tal mazela é retrato da impunidade social.     Essa implicação aflora, como vetor fundamental, de um Estado alheio às suas obrigações. De acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, na sua teoria sobre "Instituições Zumbi", órgãos de massa, entre eles o Estado, deixaram de cumprir sua função. Essa inoperância corrobora a insegurança social quando se tematiza sobre a violência urbana. Isso porque tal órgão deixa de agir em relação à segurança, e por isso acaba por fomentar a perpetuação de tal mazela. Com isso, com um governo aquém a tal problemática, a violência se torna um crime legitimado.    Além disso, tal desobrigação é fruto do descrédito social às instituições públicas estabelecidas. Na concepção de Thomas Hobbes, o ser humano naturalmente é selvagem; mas quando o ser humano aceita como autoridade plena o Estado, passa a predominar a paz e progresso. Ao se fazer paridade com o universo atual, têm-se a dessocialização desse processo pois o brasileiro se faz senhor de suas ações e ignora o poder governamental, corroborando o caos e a desordem social. Logo, com uma sociedade "independente", o futuro encontra-se comprometido.    Refletir sobre a situação da violência urbana se torna necessário. Urge que o Estado crie políticas de segurança, com a criação de concursos públicos para a incorporação de novos seguranças municipais, e incluir fóruns de discussões sociais afim de manter a comunicação com a sociedade e diminuir os índices de violência. Ademais, é necessário que o núcleo escolar, mostre aos alunos as consequências da violência na sociedade, por meio de trabalhos sobre tal assunto, e grupos de discussões, com fito de criar adultos conscientes dessa situação. Para que assim a música "Perfeição" não seja mais uma critica tão atual.