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Enviada em: 31/05/2019

A violência é um dos maiores problemas enfrentados pela sociedade brasileira. Mas ela tem suas particularidades: se acentua nos grandes centros urbanos, onde há mais desigualdade social; além disso, os principais alvos têm cor e endereço específicos. Nesse contexto, torna-se necessário intervir a fim de modificar esse quadro trágico.     A princípio, vale ressaltar a influência das diferenças econômica e social para o aumento da violência. Nas grandes cidades brasileiras, as periferias - reflexos da desigualdade - são pobres, desestruturas e sem os serviços públicos adequados. Essa situação potencializa a criminalidade e as condições para a formação de quadrilhas que controlam o tráfico de drogas e de armas, e, consequentemente, potencializa a violência. Isso é o que mostra um estudo feito por órgãos da Organização das Nações Unidas (ONU) em países latino-americanos. Ele também inclui o Brasil entre os dez países mais violentos do mundo.     O segundo ponto a ser ressaltado diz respeito às vítimas da violência no país. De acordo com o Atlas da Violência 2018, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. Além disso, mostra que entre 2005 e 2015, a taxa de homicídio de negros cresceu 18,2%, enquanto a dos não negros caiu 12,2%. Somando os fatos, conclui-se que os cidadãos negros têm 23,5% mais chances de serem assassinados do que os das outras raças. O que dá uma dimensão clara de como o Brasil não consegue proteger essa população historicamente discriminada da violência urbana.    Portanto, em virtude do que foi mencionado, os Governos Federal, Estadual e Municipal devem criar um plano a longo prazo para reduzir a desigualdade social, e, consequentemente, a violência por meio da educação e da geração de empregos para todas as regiões do país. E, enquanto a meta não é atingida, devem criar a Delegacia Para Crimes Raciais, que contará com força policial composta apenas por afro-descendentes. Dessa forma, será dado o suporte necessário para as principais vítimas de atos violentos no Brasil: os negros.