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Enviada em: 31/05/2019

''Na morte, eu descanso. Mas o sangue anda solto manchando os papéis, documentos fiéis, ao descanso do patrão. Que país é esse?'' Eis o trecho da famosa música da banda Legião Urbana, que com seu viés crítico evidencia a realidade brasileira pautada na violência. É notório, assim, que a questão da segurança pública brasileira desde o início das primeiras repúblicas se mostra falha e a revista Exame Abril comprova esse fato em uma pesquisa que destaca o Brasil entre os vinte e cinco países mais perigosos do mundo. Sob tais perspectivas, é imperioso que se analise fatores sociais e de gestão pública, visando melhor compreensão do tema e possível atenuação de tal problemática.      Primeiramente, sabe-se que o sistema capitalista vigente desde o fim da Guerra Fria (1947 - 1991) e o 'American way of life' presente nesse tipo de sociedade impõem que o sucesso econômico é a porta de entrada para a felicidade. Nesse sentido, os indivíduos buscam, a todo custo, prosperidade para se sentirem aceitos nos padrões sociais. Porém, é fato que a educação no Brasil é precária e, indubitavelmente, esse fato exerce influência nos índices de violência urbana, uma vez que ser bem remunerado sem um diploma é algo inalcançável para muitos. Sob esse prisma, consoante o sociólogo americano Robert Merton, algumas pessoas cometem crimes porque estão respondendo a uma situação social e o descaso das autoridades com o ensino público contribui para esse fator.      Ademais, uma vez que a taxa de criminalidade é alta, os presídios se encontram lotados e o grande problema reside no fato de que essa instituição tem se mostrado falha na reinserção dos criminosos na sociedade. Dessa forma, conforme levantamento feito pela PUC (Pontifícia Universidade Católica), a maioria dos presos voltam para a vida do crime após deixarem as cadeias e essas acabam sendo classificadas como ''escola do crime'' ao estimular ainda mais os índices de violência urbana. Assim, é possível notar que há uma série de medidas a serem tomadas para solucionar a questão da segurança pública, no entanto, prender o indivíduo e deixá-lo sem assistência, não é a melhor alternativa.      Pode-se perceber, portanto, que a violência urbana em voga no Brasil é uma temática complexa  e está atrelada a desigualdade social e ao descaso da União em amparar a camada mais humilde da população. Dessa maneira, o Ministério da Educação e Cultura deve elaborar projetos socais que busquem tirar crianças e adolescentes das ruas, por meio do esporte, cinema e música, e mostrarem alternativas para a vida em sociedade, com a inserção desses programas em áreas mais humildes, a fim de que haja redução da criminalidade por falta de oportunidade social. Não obstante, o Governo Federal deve oferecer inventivos fiscais às empresas que oferecem empregos aos ex-detentos, para que esses não retornem à vida criminal e haja, desse modo, redução da violência nos grandes centros.