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Enviada em: 22/07/2019

O livro "Capitães de Areia", do autor Jorge Amado, narra a vida de um grupo de crianças que vive na rua e, por isso, sobrevivem por meio de assaltos. Essa atitude gerava medo na sociedade, mas também nos meninos, visto que a repressão policial era forte. Nesse sentido, a questão da violência urbana, no Brasil, é denunciada a tempos e ganha ênfase quando relacionada à segregação social e a impunidade dos casos.        Em primeiro plano, vale destacar que a ausência de oportunidades é primordial no aumento da violência urbana. É evidente que a desigualdade social colabora para que grupos marginalizados, em especial jovens, negros e da periferia, se envolvam em assaltos, tráfico e até mortes, visto que a realidade desses é de iminente conflito e falta de incentivo ao estudo. Tal realidade contribui para que, segundo dados do Ministério da Justiça, cerca de 61% dos detentos, nos presídios brasileiros, sejam jovens, negros e com apenas ensino fundamental completo.        Outro fator a ser mencionado é a sensação de impunidade sentida pela comunidade. Geralmente, quando casos de agressão são denunciados às autoridades, muitos, são prolongados devido a procedimentos demorados, corroborando para a demora de resolução deles. Conforme os dados do Monitor da Violência do site G1, a taxa média de resolução de casos de homicídio no Brasil é de 22%, o que comprova o sentimento social, além da ausência de resoluções eficazes e ágeis.         Portanto, dar ênfase à questão da violência urbana, assim como Jorge Amado, é fundamental. Desta maneira, o Ministério da Justiça, em parceria com Universidades Federais, deve aprimorar as formas de investigação no país, por meio de feiras de incentivo à criação de tecnologias de investigação e debates sobre exemplos positivos de outros países, a fim de agilizar e reduzir a impunidade da violência urbana. Ademais, ONGs voltadas para a educação, devem criar oficinas de aperfeiçoamento e reforço escolar, visando o incentivo aos estudos, emprego, perspectiva de vida aos jovens marginalizados, além da redução da violência.