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Enviada em: 18/06/2019

A magnitude e a intensidade sem precedentes da violência no Brasil são ainda maiores do que em países em estado de guerra. Tal qual, segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil passou de 59,0 mortes por causas externas (acidentes e violência) por 100 mil habitantes nos anos 80 para 75,2 em 2002. Diferentes estudos realizados no país mostram que a violência não afeta a população uniformemente, o risco varia de acordo com o sexo, raça, cor, idade e espaço social.        Incontestavelmente, o crescimento da violência também está sendo indiretamente incentivado com cortes orçamentários pelo governo federal, estadual e municipal, que resultam em menos recursos para investir em lei de execução e no mínimo de redes de segurança social e programas de prevenção da violência. Sob o mesmo ponto de vista, mesmo nos anos 60 e década de 1970, quando o Brasil apresentava uma alta taxa de crescimento econômico, o Estado tinha poucos recursos voltados para controlar e supervisionar seus agentes de aplicação na segurança pública.      De acordo com o  Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o jovem, negro e de baixa escolaridade é a principal vítima da violência urbana no País. Do mesmo modo que, nas áreas pobres da região metropolitana, a desigualdade é intensificada pela sobreposição de privações e pela extrema visibilidade dos pares. O jovem de periferia irá viver de acordo com a sua reputação, criada por uma sociedade racista, tornando-se assim uma profecia auto-realizável. Analogamente, os jovens que acreditam que a violência é funcional, poderão responder com ódio para manter sua "notabilidade" ou território.        Em suma, uma estratégia para combater a violência, é que os jovens tenham apoio psicológico e econômico, incluindo tratamento para dependência de drogas. É fundamental fornecer esperança para o futuro, introduzindo programas de mercado de trabalho para a nova geração. Nesse sentido, o Estado precisa recriar uma segurança pública igualitária.