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Enviada em: 16/07/2019

Conforme o Sistema de Informações sobre Mortalidade do governo federal, em 2015 o Brasil registrou 59.080 assassinatos, o que, segundo o órgão, coloca o país na liderança em número de homicídios em todo o mundo. A violência é um comportamento que causa dano a outrem, invade a autonomia, integridade física ou psicológica, até mesmo a vida, a partir do uso excessivo da força. Nesse sentido, compreender a violência e debater suas causas na sociedade brasileira mostra-se essencial para o enfrentamento de tal indicador alarmante.        Em primeira análise, o crescimento urbano desordenado e acelerado pelos fenômenos migratórios, criou periferias pobres, desestruturadas e incapazes de fornecer iguais condições de vida para todos. Sendo assim, conforme afirma Karl Marx: “O indivíduo é, em sua essência, um produto do seu meio”, como um dos resultados da urbanização desordenada, a desigualdade social se manifesta nas relações de violência. Segundo dados reunidos pelo Atlas de Violência, em 2016, jovens, negros e de baixa renda são os mais vitimados, sendo impossível negar a existência de um perfil social da camada que mais sofre com a ação violenta. Nesse sentido, o poder público muitas vezes é uma figura omissa no enfrentamento de tais desigualdades.       Outrossim, de acordo com Michel Foucault: “Não há como falar de violência sem falar em relações de poder”, a atuação agressiva e letal das polícias brasileiras chama a atenção na medida em que, inúmeras mortes são causadas pela ação policial empregada de maneira violenta. Segundo o Anuário de Segurança Pública, em 2015, 3.320 pessoas foram mortas por agentes militares e civis em todo o país, devido ao uso abusivo da força letal como resposta pública ao crime e à violência. Além disso, esses policiais estão inseridos em um sistema de segurança que não garante um treinamento eficaz e as condições básicas para sua realização, como consequência, a polícia também se torna vítima dessa política de segurança inadequada.         Portanto, com o objetivo de enfrentar as causas que alimentam a violência urbana, inicialmente, é necessário que o Governo Federal elabore em conjunto com os Governos Municipais, programas sociais mais amplos que invistam no enfrentamento das desigualdades sociais, com o repasse de verbas destinadas à com políticas públicas de melhor distribuição de renda e investimento em áreas carentes que, consequentemente, irá gerar empregos para as famílias vulneráveis. Além disso, é necessário que o Estado capacite e ofereça apoio psicológico e treinamento eficaz na formação de seus agentes públicos para o enfrentamento do crime. Espera-se, com isso, que as disparidades sociais possam ser vencidas e a segurança pública retorne