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Enviada em: 19/08/2019

“O homem, que nesta terra miserável, vive entre feras, sente a inevitável necessidade de também ser fera.” O trecho do poema “Versos íntimos”, do poeta pré-modernista, Augusto dos Anjos, externa uma das principais mazelas da sociedade brasileira: a perpetuação da violência urbana. Portanto, são necessárias políticas públicas efetivas, que atenuem tais práticas, bem como propiciem maior segurança à população.       Em primeira análise, é claro que a violência urbana possui raízes antigas e se intensificou a partir do crescimento das cidades. Desde o início do processo industrial brasileiro, as metrópoles passaram a aglutinar um exponencial contingente populacional, fator que não veio acompanhado de investimentos em infraestrutura, saúde, educação, e, principalmente, segurança. Essas faltas, somadas a questões raciais, contribuíram para a favelização dos grandes centros e a marginalização de minorias, culminando em práticas criminosas. Dessa forma, é essencial a participação e preocupação do poder público no que tange o problema.        Outrossim, o Brasil é um dos países com maiores índices de violência urbana no mundo e é notória a incipiência do governo a respeito disso. O filósofo Thomas Hobbes sugere que o Estado deveria propor um contrato social a fim de inibir o convívio caótico entre os cidadãos em estado de natureza. Porém, no contexto hodierno, o Estado demonstra-se claramente falho e tenta terceirizar algumas de suas funções, como a segurança, à própria população, por meio de projetos que visam armá-la. Isso geraria um constante e infindável ciclo de violência, que dificultaria a resolução do impasse.        Os crescentes índices de violência urbana, bem como a condição alheia do Estado simbolizam uma grave ameaça ao bem estar social. Assim, resta clara a necessidade de medidas eficientes para resolver o assunto, já que, segundo Martin Luther King, “quem vê o mal sem protestar, concorda com ele”. Sendo assim, compete ao poder público nas esferas federal, estadual e municipal, investir em segurança e policiamento, além de melhorar as condições de saúde e educação em áreas vulneráveis, por meio de repasses aos setores e fiscalização desses recursos, uma vez que, é imprescindível para melhorar as condições de vida em áreas focos de violência urbana e, então, garantir o compromisso do contrato social de Hobbes.