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Enviada em: 29/07/2019

O trecho musical "[...]Eu brincava de polícia e ladrão um tempo atrás / Hoje ninguém mais brinca mais / Ficou realista demais[...]", da música "Canção Infantil", do cantor e compositor brasileiro César MC, retrata, de maneira crítica, os constantes casos de violência existente no cotidiano. Todavia, a questão abordada sobressai o mundo artístico e se faz presente na realidade brasileira, uma vez que os índices de atrocidades, sobretudo no Brasil, crescem exponencialmente, consequência direta da ausência de alteridade e da negligência legislativa. Dessa maneira, faz-se mister a discussão desses fatores, a fim de mitigar esse dilema deplorável.       Em primeiro plano, deve-se analisar como o intenso individualismo, presente na sociedade, corrobora para a permanência do impasse. Nessa lógica, o contexto referido se iguala à visão do filósofo inglês Thomas Hobbes o qual afirma que o ser humano é capaz de cometer atrocidades e barbaridades contra indivíduos da sua própria espécie, haja vista que casos de violências nas ruas tornam-se, infelizmente, comuns nas relações cotidianas brasileiras, de forma a deturpar a segurança e a liberdade do indivíduo. Assim, a sociedade tende a permanecer refém dos atos imprudentes dos agressores e, consequentemente, estarem expostas a presenciarem esse tipo de balbúrdia semelhante vistas em "Canção Infantil".         Em segundo plano, tem-se a negligência legislativa como impulsionadora do impasse. Sob esse viés, convém ressaltar que, embora a Carta Magna brasileira, promulgada em 1988, estabeleça a garantia à vida, à segurança e à liberdade do indivíduo, em seu artigo 5°, tal ação legal não é vista na prática, visto que não é dada a devida punição aos agressores, pelo Poder Legislativo, uma vez que estes, frente a tal cenário, permanecem ilesos, de maneira a intensificar cada vez mais a prática dessa mazela. Desse modo, é imprescindível que o Estado tome providência, urgentemente, para a eficaz mudança desse quadro extremamente ignóbil e desanimador.       Depreende-se, então, a indispensabilidade de atenuar tal panorama. Para tanto, o Ministério de Educação e Cultura (MEC), aliado ás instituições de ensino, deve realizar, por meio de verbas governamentais, simpósios culturais, ministrados por mestres e doutores em Sociologia e direcionados a todas as faixas etárias, a fim de intensificar a importância da discussão acerta desses tipos de imprudências. Outrossim, o Poder Legislativo deve rigorizar a celeridade das leis, bem como suas respectivas punições, com o fito de gerar uma maior segurança para a nação verde-amarela. Feito isso, será possível que a efetivação da lei não permaneça apenas no papel, de modo a apagar, definitivamente, os versos supracitados do Rap brasileiro, bem como a visão explícita por Hobbes.