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Enviada em: 10/05/2018

Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas "Memórias Póstumas", que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. Desse modo, talvez hoje ele percebesse acertada sua decisão, visto que a violência urbana no Brasil tem crescido consideravelmente. Com isso, destacam-se dois aspectos: a falta de planejamento familiar e as desigualdades sociais.       Em primeiro plano, é indubitável que a falta de um planejamento familiar corrobora com a violência urbana. O crescimento acelerado e desordenado das cidades, têm consequências e problemas sociais como a fome, miséria, desemprego e marginalização. Segundo o filósofo Rousseau: “O homem nasce bom, mas o meio o corrompe, tornando-o mal”, dessa forma, a falta de estrutura e base familiar, associados a ineficiência das políticas de segurança pública contribuem para o aumento dos atos de violência.      Em segundo plano, temos as desigualdades sociais no Brasil, que ainda perpetuam na sociedade. Dados do IBGE de 2017, mostrou que 1% dos mais ricos recebe 36 vezes mais que os 50% mais pobres. Sendo assim, é ineludível que a falta de oportunidades gerada principalmente pela concentração de riquezas nas mãos de poucos, cria uma sociedade marginalizada que acaba se associando a criminalidade em busca de condições melhores para sobreviver.          Destarte, faz-se necessário a adoção de medidas amenizadoras da problemática. Cabe a OMS em parceria com o Governo Estadual, destinar verbas as escolas e ONGS, para que as mesmas criem projetos e palestras com o intuito de auxiliar e ajudar famílias carentes a se organizarem, e evitar que cresçam de forma desordenada sem planejamento. Além disso, o Governo Federal deve incentivar a criação e melhorias de projetos sociais, como bolsa família e minha casa minha vida, para que as famílias possam enxergar uma oportunidade de se inserir na sociedade, diminuindo as zonas de favelização onde a criminalidade e a violência tem seu grande centro de poder. Dessa maneira, Brás Cubas teria motivos para ter filhos e querer deixar descendentes, tendo como legado uma sociedade mais justa e menos violenta para seus filhos.