Materiais:
Enviada em: 07/07/2018

Ao longo da história humana, a violência apresentou-se como um espetáculo, no qual as lutas entre gladiadores no Coliseu seriam para entretenimento da sociedade. Contudo, hodiernamente, essa prática muito útil aos romanos proporcionou a disseminação da marginalidade e o uso da justiça com as próprias mãos. Isso se deve, sobretudo, aos problemas sociais por negligência estatal, bem como a desestrutura da comunidade familiar. Essa circunstância demanda uma ação mais arrojada entre o poder público e as instituições formadoras de opinião, com o fito de minimizar essa mazela.        De fato, é indubitável que a omissão do Estado contribua para potencializar esse problema. Nesse viés, segundo Aristóteles, o exercício político tem por objetivo promover o bem-estar dos cidadãos. Isso posto, é possível perceber que o descaso estatal em relação aos serviços públicos assistenciais, como moradia, emprego e segurança compromete o equilíbrio social defendido pela teoria aristotélica. Sob esse prisma, denota-se que ao enfrentar a dificuldade de acesso a tais programas sociais, muitos jovens são aliciados por traficantes e vêem no crime uma opção de vida. Além disso, ressalta-se as falhas na repressão ao crime organizado, uma vez que o corpo policial é mal remunerado e comprometido em atos de corrupção e truculência, como na morte da juíza Patrícia Acioli, morta em 2011.        Outrossim, segundo o sociólogo Émile Durkheim, a família é considerada uma organização crucial para estruturar a sociedade. Segundo essa premissa, infere-se que, hodiernamente, a existência massiva de famílias desorganizadas está sensivelmente vinculado aos relacionamentos voláteis e a instabilidade afetiva. No demais, denota-se os atos de violência que ocorrem no âmbito familiar, como as agressões físicas e verbais, além dos casos de abuso sexual. Esse desequilíbrio opõe-se ao conceito durkheimiano de estrutura parental, além de favorecer a entrada de indivíduos à criminalidade.       Urge, portanto, que, mediante a realidade nefasta da violência urbana, a necessidade de intervenção se faz imediata. Para isso, é necessário que o Estado, em sinergia com o Ministério das Cidades, elabore projetos sociais, os quais promovam o saneamento básico e moradia, por exemplo, com qualidade, a fim de impedir a formação de organizações criminosas em comunidades carentes, além de investir verbas na inteligência policial e fiscalização desses profissionais, com o escopo de impedir os atos de corrupção e delinquência na sociedade. Ademais, cabe à família, em sinergia com a escola, elaborar fóruns de discussão pedagógica, direcionado à disciplina de sociologia, no intuito de garantir a sensibilização dos indivíduos e promover a educação afetiva. Destarte, tal situação será gradativamente minimizada.