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Enviada em: 09/07/2018

De acordo com o filósofo Platão, a qualidade de vida tem tamanha importância, de modo que ultrapassa a da própria existência. Dessa forma, é mais importante viver bem do que simplesmente viver. Entretanto, com o crescimento da criminalidade no Brasil, fruto da omissão do Estado no tocante à educação nos presídios e à oferta de oportunidades de emprego, a máxima platônica não é colocada em prática e a sociedade civil sofre com a violência.      Sob a ótica do pensador Immanuel Kant, o homem é aquilo que a educação faz dele. Apesar disso, em muitas penitenciárias brasileiras, os indivíduos não gozam de um ensino de qualidade, focado no vestibular e no mercado de trabalho, com o objetivo de ressocialização.  Ou seja, há um desinteresse estatal em investir na formação profissionalizante e humana dos detentos, o que culmina  em reincidência, na maioria dos casos. Consequentemente, gera-se um ciclo vicioso, no qual o indivíduo entra para o mundo do crime, é aprisionado, não tem nenhum incentivo pedagógico e retorna à sociedade ainda mais violento, aumentando o caos urbano e o medo da população.     Paralelamente, as oportunidades de emprego também tiram muitas pessoas da criminalidade, na medida em que concretizam o objetivo teórico da educação, pois de nada adianta estudar e depois não ter de onde tirar o próprio sustento. Por isso, muitos jovens abandonam a escola e vão trabalhar em subempregos, em estado de vulnerabilidade, visto que a renda obtida, muitas vezes, é insuficiente para as necessidades básicas da família. Nesses casos, o crime torna-se uma atração forçada.     Por fim, de acordo com a Lei da Inércia, de Newton, um corpo tende a permanecer no seu estado inicial até que uma força atue sobre ele, mudando seu rumo. Portanto, é imprescindível que o MEC, juntamente com o Ministério da Segurança Pública, promova uma reforma no sistema carcerário, introduzindo, nos presídios em carência dos serviços, aulas científicas do ensino básico e cursos técnicos para a formação cívica e laboral dos internos, para que possam instruir os infratores a buscarem um futuro digno através do conhecimento. Além disso, compete ao Ministério do Trabalho estabelecer uma porcentagem mínima de vagas em empregos públicos para cidadãos em situação de vulnerabilidade, como os de renda muito baixa e ex-presidiários, a fim de impedir o ingresso no crime.