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Enviada em: 12/07/2018

No livro "Laranja Mecânica" de Anthony Burgess é narrada a história de uma sociedade na qual a violência urbana toma proporções gigantescas. No Brasil, analogamente, o caos urbano é um dos maiores desafios a serem enfrentados e é imprescindível entender os fatores geradores de tal problema. A priori, é válido entender os motivos responsáveis pela barbárie urbana. Um deles relaciona-se com o fato de a industrialização brasileira ter ocorrido de forma desordenada e sem planejamento, o que contribuiu para o inchaço das metrópoles e consequente desequilibrio hobbesiano. Soma-se a isso a dificuldade encontrada por pessoas que vivem em áreas periféricas no acesso a direitos básicos como moradia, saúde e educação de qualidade. Multiplica-se, ainda, a dificuldade que os jovens dessas áreas encontram para entrar no mercado formal de trabalho, o que implica muitas vezes em uma saída não tao interessante para o problema: o mundo do crime.  Entretanto, a violência propagada pelos policiais é um dos principais membros dessa equação. Para Albert Einstein: "Não se deve manter a paz pela força, mas pela concórdia". No entanto, quando observamos o cenário nacional, a falta de preparo dos policiais para lidar com os civis acarreta um aumento no caráter entrópico da situação e a força acaba sendo mais usada que o acordo. Com base nisso percebe-se que além dos fatores sociais e infraestruturais supramencionados, o treinamento policial debilitado corrobora para o aumento da criminalidade. Percebe-se, pois, que a violência urbana é um fenômeno generalizado e possui vários fatores causadores que precisam ser resolvidos. Para isso, é necessário que o Ministério da Justiça invista na capacitação de policiais para que esses possam lidar de forma correta com os cidadãos. Ademais, o Ministério da Educação deve direcionar parte da verba para criação de escolas de qualidade para as áreas periféricas de forma que essas promovam atividades diferenciadas e de inclusão direcionadas para o universo do esporte, música ou outros. Somente assim propagar-se-á uma sociedade em que não haja tamanha disparidade social e o índice de criminalidade seja diferente do relatado no livro Laranja Mecânica.