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Enviada em: 25/08/2018

Na década de 90, o sentimento das pessoas que viviam nas cidades brasileiras era de medo e perplexidade diante da brutalidade de muitos crimes, assaltos e homicídios, devido a sociedade ter assistido a fracassos governamentais que resultaram em pressões urbanas. No entanto, mesmo com o passar dos anos, a realidade hodierna do país padece de idênticos problemas, com ausência de limites de muitos criminosos. Nesse sentido, cabe analisar que os fatores que favorecem o crescimento de tal desafio, é indubitavelmente, o crescimento urbano desordenado e a acentuada desigualdade social. Em primeira instância, o desenvolvimento da indústria e a Consolidação das Leis Trabalhistas na década de 40 e 50, possibilitaram uma intensa migração para a região sudeste, que sem planejamento adequado para atender ao contingente populacional, sofre até hoje com a macrocefalia e o inchaço das periferias. Esse crescimento desordenado, impede a chegada de serviços públicos a todos - principalmente recursos educacionais às crianças e jovens - contribuindo para o crescimento do tráfico de drogas, assaltos, roubos e homicídios, haja vista são as formas encontradas de garantir o alimento ou conseguir alguma renda. Com poucas perspectivas de ascensão, a juventude fica vulnerável ao aliciamento por quadrilhas criminosas; outrossim de acordo com o Atlas da Violência de 2015, esses jovens, negros, moradores de regiões metropolitanas constituem a fatia mais vulnerável à violência. Somado a isso, os estímulos ao consumo de bens e serviços, associados ao baixo poder aquisitivo e à dificuldade de acesso aos estudos e, por consequência, de ascender profissionalmente, constitui um convite para assaltos ou violências em gerais. Essa crescente desigualdade social alicerçada no descaso do Governo público em rebater a situação permite um empecilho no desenvolvimento econômico e favorece a insegurança dos cidadãos. Por conseguinte, corrobora a afirmativa do Papa João Paulo II, o qual assegura que a violência destrói o que pretende defender: a dignidade da vida e a liberdade humana. Infere-se, portanto, que a violência urbana ainda é um problema recorrente na sociedade brasileira que provoca sentimento de medo à população, consequentemente violando direitos humanos. Assim, é imprescindível uma ação conjunta do Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério da Educação e do Trabalho, aumentando policiamento nas ruas e áreas metropolitanas, reforçando o sentimento de segurança da sociedade; em conjunto com o reforço e distribuição de educação, reeducando valores, a fim de que desconstrua o mundo do consumo e sua indispensabilidade, educando para ingressar jovens no mercado de trabalho e não no mundo criminal. Somente assim, findará os longos anos com enormes prejuízos à segurança pública já vividos pelo Brasil.