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Enviada em: 02/09/2018

Violência Urbana: Raízes no passado, manutenção no presente   Segundo o filósofo Rousseau, "A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota". Nessa perspectiva, fica claro que a violência urbana configura-se como um retrocesso à evolução humana, sendo, portanto, necessário o seu combate. Com efeito, deve-se analisar as duas principais causas dessa problemática: a exclusão social e a negligência do Poder público.        É relevante salientar, de início, o projeto de inovação urbanística no Brasil, delineado ao longo do governo de Rodrigues Alves. Essa medida pretensiosa acabou favorecendo o surgimento das favelas e do processo de gentrificação, já que houve uma expulsão das pessoas humildes para as zonas periféricas da cidade. Assim, com o processo de favelização foram intensificadas as desigualdades sociais e a segregação das minorias. Houve, então, a formação de áreas sem condições básicas que, de acordo com a teoria do Determinismo Biológico, moldaram seus habitantes para seguirem um ideal de rebeldia e insubordinação, culminando na propagação da violência urbana.    Ademais, convém analisar a atuação ineficaz do Governo com relação ao impasse abordado. Consoante ao filósofo contratualista Thomas Hobbes, o estado de natureza do homem é aquele no qual existe uma "guerra de todos contra todos". Assim, é criado um contrato social entre os indivíduos com o objetivo de formar um órgão superior encarregado de garantir o direito à segurança para a população. Todavia, observa-se pelo Atlas da Violência 2018, em que o número de homicídios representa 10% do total de mortes no país, que o Estado brasileiro tornou-se omisso perante o dilema do caos urbano. Esse cenário pode ser comprovado pela fragilidade das leis nacionais, pois aliada ao número ineficiente de policiais civis, contribuem para a impunidade de criminosos e perpetuação do impasse exposto.       Portanto, fica claro que esse cenário de violência é sustentada por mecanismos históricos e governamentais, os quais atuam em consonância para a manutenção da desordem pública. Diante disso, cabe ao Ministério da Educação disponibilizar recursos para a promoção de palestras, acompanhamento psicológico e acolhimento para crianças que habitam áreas de vulnerabilidade social,a fim de que elas tenham conhecimento e oportunidades para escapar do determinismo biológico que as cerca. Essa ação social deve ser feita com a participação de ONG's em favelas e comunidades carentes, promovendo oficinas de arte, informática, karatê e outras disciplinas que agreguem na formação intelectual desses indivíduos. Outrossim, o Poder Legislativo deve criar leis mais rígidas, como por exemplo, a suspensão da liberdade condicional a presos e condenados, para impedir a impunidade de criminosos, além de evitar a continuação do cenário de impetuosidade urbana.