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Enviada em: 19/10/2018

Se para Moacyr Franco, cantor e comediante, quem não nasce não chora, de tal forma deduz que o sofrimento é inerente ao ser humano. Sob esse viés, no que diz respeito à violência urbana na sociedade brasileira, sabe-se que confronta com a qualidade de vida das pessoas, obrigando-as a enfrentarem obstáculos constantemente por conta da criminalidade. Nesse sentido, afere-se que tal situação reflete um cenário catastrófico, principalmente nos grandes centros urbanos, refletindo no atingimento dos direitos constitucionais dos cidadãos.   A princípio, compreende-se que a criminalidade é resultado do crescimento urbano desordenado. Com o advento da industrialização, grande parte da população se transferiu para as cidades em busca de emprego, e países considerados emergentes não conseguiram planejar a sua infraestrutura, resultando em uma série de problemas sociais, como o desemprego e a ineficiência da segurança pública, contribuindo para o aumento da marginalidade. Prova disso, o Ministério da Saúde revela que a taxa de homicídios triplicou nos últimos trinta anos. Logo, percebe-se que a vida nas sociedades que convivem com esse tipo de situação torna-se gravemente afetada, e colocada em risco cada vez mais.   Dentre outras consequências,  a mais preocupante é a perda de direitos fundamentais, garantidos pela Constituição Federal Brasileira, mas que, infelizmente, não são efetivados. O medo de roubos, assaltos e balas perdidas faz com que muitas pessoas se limitem ao acesso de serviços públicos. A exemplo disso, a Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP), contabiliza que 1537 escolas no Rio de Janeiro tiveram que suspender as aulas em 2017 por causa de tiroteios. Outrossim, a violência nas cidades sobrecarrega o sistema de saúde, pois, além de os recursos já serem escassos, o aumento da quantidade de feridos, inclusive os próprios criminosos, contribui para a precariedade dos serviços e, portanto, acaba prejudicando indiretamente toda a sociedade. Pois, nesse caso, o utilitarismo quantitativo do filósofo Bentham é colocado em prática nos hospitais, em que o objetivo é promover o bem estar em massa, ao invés de visar as qualidades morais de cada ser.    Diante disso, nota-se que a criminalidade é um obstáculo comumente enfrentado pela população brasileira. Na tentativa de transformar essa situação, é necessário que o Estado aprimore suas medidas de segurança pública, mediante ao policiamento reforçado próximo às escolas, a fim de evitar que a violência urbana interfira e prejudique a formação dos jovens. Além disso, as ONGs, em conjunto com a comunidade, podem contribuir para a socialização dos indivíduos, através da construção de grupos de esportes e da transmissão de valores fundamentais, de modo que possam tirar os jovens das ruas e engajá-los na sociedade de maneira digna, diminuindo os casos de marginalização.