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Enviada em: 13/01/2019

O filme "Tropa de Elite 2" retrata a cidade do Rio de Janeiro em um cenário fortemente tomado pela violência, no qual a população encontra dificuldades de inserção e sobrevivência. Não obstante, esse fato social não se restringe apenas aos parâmetros ficcionais e persiste substancialmente no Brasil ho-dierno. Desse modo, é imprescindível analisar como a desigualdade social aliada à negligência estatal corroboram a permanência dessa temática na sociedade brasileira.   Mormente, é crucial apontar a desigualdade social como fator fundamental para a instalação da pro-blemática. Conforme defendeu Thomas Piketty, em sua obra "O Capital no Século XXI", o sistema eco-nômico capitalista que regeu as nações desde a ascensão da globalização foi responsável por transfor-mar as relações em sociedade e, na atual realidade em que vivemos, há considerável concentração de riqueza e renda no mundo. Sob tal viés, as camadas menos favorecidas no quesito econômico sofrem cotidianamente com a escassez de oportunidades e com a acentuação de suas conjunturas financeiras. Assim sendo, a desigualdade de classes e a exclusão social são os principais tópicos que fazem com que os índices de violência cresçam exponencialmente. Isso se dá porque, parcelas mais vulneráveis da sociedade, muitas vezes, por não terem acesso aos serviços básicos - tais como alimentação, saúde e educação qualitativas - acabam, utopicamente, usando a violência como forma de resolução.    Outrossim, a negligência de órgãos estatais no que tange à segurança pública é, também, agente responsável pela violência urbana no país. De acordo com Z. Bauman, algumas instituições, em espe-cial as do Estado, perderam suas funções sociais ao longo do tempo, entretanto conservaram suas for-mas a qualquer custo e, se configuram, hoje, como "instituições zumbi". Dessa forma, torna-se evidente que os setores públicos incumbidos de manterem a ordem em sociedade ainda existem fisicamente, porém não cumprem seus papéis de maneira eficiente. Ou seja, há um falha na realização de trabalhos capazes de garantirem a segurança urbana, o que culmina, indubitavelmente, para o quadro violento que se permeia no Brasil.    Urge, portanto, medidas que assegurem direitos previstos na Lei Máxima. Para tal, cabe ao Poder Executivo garantir a igualdade entre todas as camadas sociais, por meio da destinação de verbas aos órgãos públicos, para que esses possam oferecer serviços de qualidade para todos os cidadãos. Ade-mais, compete ao Ministério de Segurança Pública, em conjunto com as forças policiais, promover a se-gurança urbana, uma vez que isso se trata de direito constitucional, a fim de que a violência caminhe rumo à erradicação. Logo, poder-se-á desfrutar de uma nação mais segura e harmônica.