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Enviada em: 24/08/2019

Segundo o Mapa de Violência 2012, elaborado pelo Instituto Sangari, o número de assassinatos no país ultrapassou pouco mais de 13 mil para mais de 49 mil em 2010, o que corresponde a um aumento que excede 250%. Um fato a se destacar é que o número é superior a países em conflitos, como Iraque e Afeganistão. A partir dessa circunstância, é indiscutível que a sociedade nacional deva buscar caminhos para combater a violência urbana no Brasil, problemática que persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja por fatores sociais, seja pelo despreparo das polícias. Nesse contexto, analisam-se as principais causas de tal postura negligente na sociedade.           Primordialmente, é sabido que a desigualdade social dentro de um país está diretamente anexada à criminalidade. É uma realidade que as cidades com maiores índices de violência do mundo têm como característica comum, a profunda desigualdade entre ricos e pobres. Dados divulgados pelo Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), implementado pelas Nações Unidas, mostram que o Brasil ocupa a décima posição entre os países mais desiguais do planeta. Jovens de cidades carentes são atraídos por traficantes e por ganhar dinheiro de forma mais rápida, com um sonho de conseguir um estilo de vida melhor, veem no crime uma saída para o estado de baixa qualidade em que vivem, porém, sem pensar nas armadilhas e consequências que esse meio pode trazer.           Ademais, os baixos salários e principalmente o despreparo policial para lidar com situações desfavoráveis podem ser citados como fatores de aumento de delinquências. De acordo com pesquisa divulgada pelo jornal O Globo, feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que, entre agentes de força de segurança que foram entrevistados, 64% se sentem despreparados a agir mediante grandes atos. Essa incapacidade coloca os policiais como, geralmente, um dos principais responsáveis pelas mortes violentas do país. Assim, homicídios de crianças por policiais são vistos corriqueiramente em noticiários, reforçando ainda mais o quanto os agentes policiais são inaptos a trabalharem nas ruas. Os que eram para garantir a segurança da população acabam trazendo a insegurança.          Infere-se, portanto, que a violência urbana no Brasil não pode ser erradicada, por estar enraizada na humanidade, mas pode ser minimizada com, essencialmente, um maior preparo policial. Desse modo, é impreterível uma ação do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que deve, por meio de maiores preparações de agentes de segurança em suas formações, aliados à tecnologia com o uso de simuladores de realidade virtuais, com a finalidade de assemelhar trabalhos em campo para que os policiais se familiarizem com situações cotidianas ao qual vão enfrentar. Assim, com profissionais de segurança mais bem qualificados, será possível diminuir a violência no Brasil.