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Enviada em: 19/04/2017

"Quando eu vejo passeata contra a violência, parceiro, eu tenho vontade de sair metendo porrada". Uma das frases mais marcantes do Capitão Nascimento do filme Tropa de Elite define a dimensão do problema da violência urbana no Brasil, que a cada dia que passa está mais descontrolado e mais difícil de ser enfrentado. O crescimento desordenado das cidades e o surgimento das zonas periféricas são grandes responsáveis pelo problema, no entanto, além desses é possível citar a falta de apoio da população com relação aos órgãos de segurança pública acompanhada da hipocrisia ao se tratar do assunto, como exemplificado na fala do personagem.    A macrocefalia urbana, crescimento desordenado dos centros urbanos, é claramente um fator que corrobora com a violência nas cidades brasileiras. Isso porque o ritmo de expansão não condiz com a capacidade dos órgãos públicos de fornecer educação, saúde e infraestrutura para toda a população , o que permite o aparecimento de uma parte marginalizada na sociedade. Esse grupo, encontra, como alternativa para a situação, o tráfico de drogas e todos os demais crimes oriundos a partir desse e, como consequência, o determinismo do meio age sobre crianças e jovens, que amadurecem assistindo cenas de crimes e, muitas vezes, sem o apoio da escola e da família, ou até mesmo influenciados por pais e parentes delinquentes.    Além disso, o Brasil conta com uma polícia militar, aquela que atua diretamente nas ruas e que é encarregada de proteger, sucateada, desvalorizada e mal paga em todo o país. Uma vez que não há um investimento eficaz do governo no que se refere à compra de armas, coletes e viaturas melhores e que não há uma valorização do policial e uma empatia sobre a situação em que esses vivem diariamente, principalmente, em cidades muito perigosas, como Rio de Janeiro.Também é importante ressaltar o discurso problemático dos cidadãos que insistem em defender os bandidos e criticar a ação dos policiais, que, geralmente, têm a necessidade de agir com firmeza, por não haver outra saída.   Portanto, é evidente a necessidade de medidas para combater o impasse. Cabe aos governos estaduais e federais, por sua vez, o investimento nas áreas periféricas, por meio da melhoria das escolas e do sistema de saúde, bem como a criação de programas sociais a fim de garantir a qualificação das famílias e a inserção delas no mercado de trabalho, com cursos profissionalizantes, por exemplo. Já à Secretaria de Segurança Pública e ao Governo Federal, cabe o provimento de mais favoráveis situações de trabalho, por meio do fornecimento de equipamentos eficientes e tecnológicos que facilitem o trabalho da polícia, além de promover campanhas publicitárias que retratem a rotina nas periferias do Brasil e que demonstrem a dificuldade do agir da polícia diante de tantas críticas.