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Enviada em: 17/07/2017

Conforme defendeu Zygmunt Bauman, o momento histórico atual, conceituado como "modernidade líquida", é determinado pela transitoriedade das relações interpessoais. Dessa forma, é estabelecida uma nova lógica pautada no consumo e no individualismo - fatores que contribuem substancialmente para a violência urbana no Brasil. Logo, deve-se analisar como o hipercapitalismo e a substituição do pensamento coletivo atuam no cenário de guerra nas ruas.    O sistema econômico vigente é um dos principais entraves para a harmonia do espaço urbano brasileiro. Isso porque, pela busca incessante pelo lucro, geram-se as desigualdades sociais e, consequentemente, uma maior concentração de renda. À vista disso, a população marginalizada utiliza da violência e da infração aos Direitos Humanos para garantir melhores condições de vida - justificando, dessa forma, os fins pelos meios, como sintetizou o filósofo Nicolau Maquiavel. Logo, os sequestros, os roubos e os homicídios crescem paralelos aos problemas socioeconômicos da população.     Além disso, faz-se necessário atentar para a forma que a perda do coletivismo da sociedade contribuiu para maiores índices de violência no território. Diante da hierarquia social determinada pela esfera capitalista e da tendência humana de desejar ascender cada vez mais socialmente, o pensamento ao próximo ficou em segundo plano, tornando a busca pelo interesse individual como prioridade. Dessa forma, os praticantes da violência não veem a agressão como um mal-estar ao outro por estarem alienados nos próprios objetivos. Portanto, para que sejam mediadas as guerras no espaço urbano, é necessário que haja intervenções de ordem ideológica e social.       No intuito de amenizar a persistente hostilidade no território nacional, é preciso que o Ministério do Trabalho incentive a contratação de mais trabalhadores no setor privado, evitando o corte de postos de trabalho com o Programa Seguro-Emprego e aprimorando o aplicativo "Sine Fácil", o qual monitora as vagas de emprego. Ademais, para que seja desmistificada a ideia de individualismo, os órgãos governamentais, aliados às esferas municipais de poder, devem fazer projetos, em praças e em espaços publicos, de atividades coletivas - como os jogos esportivos - a fim de minimizar a criminalidade e, gradualmente, garantir uma consciência harmônica da sociedade brasileira.