Materiais:
Enviada em: 22/08/2017

Ao descortinar o século XX, a contemporaneidade, marcada pelo advento do viés industrial, permitiu o expressivo crescimento urbano acelerado, que desprovido dos recursos e infraestruturas necessários, propiciou a intensificação das desigualdades e da violência. Destarte, e considerando a realidade um processo histórico, como afirma o filósofo George Hegel, verifica-se a sustentação das falhas no ambiente social, configurando-se assim, obstáculos para a efetivação da segurança pública.              Em primeira análise, é válido ressaltar os reflexos da violência urbana na sociedade. A esse respeito, relacionam-se principalmente as grandes cidades que, estatisticamente, responsabilizam-se pela maior parcela das ocorrências criminais. Isso constata-se em um espaço marcado pela segregação, sob a ótica capitalista e especulativa, em que a pobreza, o desemprego, a baixa qualificação profissional e a falta de acesso aos serviços básicos tornam-se fatores determinantes para a exclusão social e posterior marginalização. Em corolário, ampliam-se os desafios a serem enfrentados pela sociedade, que reage à insegurança com a privação das liberdades individuais e da livre mobilidade, na tentativa de evitar os frequentes crimes ocasionais.             Na esteira do processo de sustentação da criminalidade nas cidades, alude-se à displicência administrativa e Judiciária e ao conflito de interesses que perpetuam as fragilidades existentes. Isso porque, fatos correlatados orientam para a formação de alianças, que envolvem financiamentos e privilégios, entre políticos, indivíduos da classe alta e criminosos e traficantes. Soma-se a essa conjuntura a estagnação dos recursos que convergem para a segurança pública, tornando os policiais alvos frágeis, além da lentidão e fraca impunidade do Sistema Judiciário, contribuindo para o vicioso ciclo da violência.             Torna-se evidente, portanto, os desafios relacionados à violência urbana no Brasil. Sendo assim, é primordial que as responsabilidades sejam compartilhadas entre os segmentos do Poder Público, órgãos de segurança e sistema judiciário. O governo deve propor medidas de inclusão com a junção de recursos e investimentos, com a ampliação de hospitais, escolas e casas populares, bem como a otimização dos serviços já disponíveis. Além disso, é preciso estabelecer centros de qualificação técnica e profissional nas periferias, com vista a promover a mitigação do desemprego. Como complemento, é imprescindível fortalecer o suporte policial com a implementação de postos policiais e viaturas em áreas estratégicas, além de punições efetivas e adequadas. A articulação dessa pluralidade é impreterível para assegurar a segurança e elevar a qualidade de vida.