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Enviada em: 11/09/2017

A violência urbana é o reflexo da desigualdade social. Desde a industrialização, iniciou-se um processo de formação das periferias urbanas. Separando cada vez mais o marginal - pessoa que vive à margem da sociedade - do centro das cidades.         De 1980 a 2012, a taxa de violência urbana cresceu aproximadamente 50%. Esse fato se deve, principalmente, à solidificação das classes sociais e sua, cada vez mais crescente, divisão. Isolados dos centros urbanos, as populações periféricas são obrigadas a buscar meios de se organizar sem contar com apoio do "mundo fora da margem". Ao mesmo tempo, as classes sociais dominantes incentivam essa divisão, construindo barreiras - muitas vezes não intencionais - como forma de se eximir da responsabilidade da violência e desigualdade social.            Essas barreiras que vão desde preferir outro trabalhador ao invés do marginal (termo que também tem seu uso preconceituosamente pejorativo) até expulsá-lo de algum estabelecimento público por estar "mal-vestido" e ter "cara de criminoso", geram um ciclo vicioso de desigualdade e, consequentemente, violência.           A ineficiência da segurança pública que, apesar de ser uma medida de resolução da consequência, é imprescindível, também agrava a persistência da violência urbana no Brasil.           Por mais que seja um problema multicausal e complexo, medidas para a redução e futura erradicação da violência urbana são urgentes. Primeiramente, é necessário que o governo disponibilize parte da verba para ONGs e associações que auxiliem a comunidade marginalizada a se inserir no mercado de trabalho; também é imprescindível que o conselho de segurança pública contrate mais policiais e capacite-os para a terem a abordagem coerente a cada contexto. Por fim, as classes sociais dominantes precisam assumir sua parcela de responsabilidade pela desigualdade e violência urbana, oportunizando o ingresso dos marginais ao centro e acabando de vez com essa discriminação infundada.