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Enviada em: 21/09/2017

TEMA:O PAPEL DA POLÍCIA NO BRASIL NO SÉCULO XXI                                                                     Inversão de valores       `Em ação na Favela do Moinho, Leandro de Souza Santos, 18 anos, acabou sendo morto por policiais`. Histórias como essa são recorrentes nos noticiários brasileiros. Segundo pesquisa divulgada em 2015, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o número de mortes efetuadas por policiais supera as mortes por latrocínio. Nesse sentido, percebe-se que o sistema militarizado não só fracassou na redução da criminalidade, como serviu para legitimar uma série de ilegalidades do Estado contra a própria população.        Em primeira análise, a própria formação dos membros dessa instituição já mostra indícios das raízes da violência policial adotada nas ruas. Isso se deve, em grande parte, à própria hierarquia extremamente rígida e o isolamento, em internatos, adotados durante a formação militar. Nesse sentido, tal ambiente é responsável pela ruptura do formando com seus antigos valores, de forma a facilitar o aprendizado de novos princípios e padrões de conduta conflitantes com o da sociedade civil. Desse modo, é perceptível que os mecanismos de repressão da polícia mostra uma aversão aos direitos humanos.       Ademais, a criação de muitos estereótipos servem de base para a conduta do policial em seu trabalho. Isso porque é uma prática comum da polícia, rotular pessoas como suspeitas, baseada em conceitos de classe social, região que habita e cor da pele. Segundo estudo da Universidade de São Carlos de 2014, pessoas negras têm três vezes mais chances de serem mortas pela polícia paulista do que as brancas. Nesse sentido, o preconceito institucional é usado como justificativa para a prática de atos violentos e ilegais por parte da polícia.            Portanto, a formação policial baseada em princípios e padrões de conduta militares, compactua com a violência, um problema sistêmico a ser enfrentado. Nesse viés, é necessário que o governo inclua a sociedade no debate sobre a necessidade de uma reforma institucional das polícias, por meio de encontros em escolas, universidades, que proporcione discussões sobre possibilidades de uma desmilitarização. Além disso, é imprescindível que o governo inclua fiscalizações nas Academias de Oficiais da PM, por meio de ouvidorias internas anônimas, de modo a incentivar denúncias dos formandos em relação às condutas violentas adotadas por instrutores.  Assim, será possível que outros Leandros não sejam mais vítimas de um sistema de segurança arcaico.