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Enviada em: 26/09/2017

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil importador de bens de consumo europeus, viu-se sem possíveis mercados comprovadores, passível de uma crise econômica. Assim, para impedir o retrocesso nas finanças públicas, usou a estratégia de substituições de importações, isto é, investiu em indústrias nacionais. Entretanto, o pequeno planejamento urbano e social dessa iniciativa dos anos 30 trouxe prejuízos que persistem no século XXI. Nesse cenário, é imperativo discutir acerca da violência urbana herdada.    A princípio, vale pontuar que o caótico cenário de hostilidade possui raízes históricas no país. Comprova-se que o processo de industrialização às pressas, em maior escala durante o governo de Juscelino Kubitschek, intensificou o quadro de violência urbana devido ao aumento nas desigualdades sociais. A baixa assistência governamental prestada às famílias que foram removidas para dar espaço às novas fábricas despertou a sensação de abandono e descaso nas classes menos favorecidas. Desse modo, para preservarem as condições dignas de sobrevivência sem apoio público, esses indivíduos recorreram a meios ilegais, como a criminalidade.   Ademais, convém ressaltar que a insegurança no Brasil compromete os direitos assegurados pela Constituição Federal. Uma prova de que os descumprimentos constitucionais prejudicam a população ocorreu em setembro deste ano, candidatos ao vestibular da Universidade Estadual do Rio de Janeiro foram impedidos de chegar ao local de prova devido ao incessante tiroteio na favela da Rocinha, contrariando o direito de ir e vir. Dessa maneira, percebe-se que a sociedade não pode estar à mercê da violência urbana. Em analogia ao filósofo Jean-Paul Sarte “a violência é uma derrota”, o cenário atual do país é de grande insucesso.   Logo, é inquestionável que os índices de criminalidade e violência devem se atenuar. Para isso, é essencial que o Poder Público Federal invista em políticas assistencialistas, através da destinação de impostos arrecadados pela Receita Federal, visando atenuar as disparidades sociais que perpetuam desde o século passado. Além disso, a educação, ferramenta de mudança social, por intermédio do Ministério da Educação, deve oferecer atividades lúdicas e coletivas nas escolas, desenvolvendo o censo crítico para combater ao banditismo desde a juventude. Ainda, os municípios, com apoio de setores privados, pode investir reforço do policiamento nas ruas para prevenir que a população civil seja prejudicada por conflitos violentos.