Materiais:
Enviada em: 04/10/2017

Por uma outra realidade   É indubitável que, na conjuntura hodierna, a violência é o termômetro da ordem da sociedade.Sob essa ótica, a urbanização acelerada causa o inchaço das periferias e cria condições para a criminalidade. Nesse sentido, as ações do Estado servem como base de indagações sobre o seu papel e a sua forma de agir contra a crime.     A urbanização desordenada, a desigualdade social, as falhas na educação familiar e pública potencializam a criminalidade de quadrilhas que controlam o tráfico de drogas e armas. Partindo desse pensamento, segundo o Atlas da Violência, no Brasil, 71% das vítimas de violência são negras - soma de pretos e pardos. Esse fato é explicado pela discriminação e abismos sociais históricos sofrido pelos negros desde da colonização lusitana.   A função do Estado é prover aos cidadãos as condições para viver de forma digna. Hobbes afirmava que é uma troca dessa ordem e segurança que o homem entrega a sua liberdade ao governo. No entanto a ineficácia na garantia da segurança é evidente, uma vez que a nação verde e amarela possui o maior número de homicídios do mundo, de acordo com a ONU. Além disso, o sistema de segurança, pautado pela lógica de repressão herdado da ditadura militar, explicam o aumento contínuo da violência.     Parafraseando o geógrafo Milton Santos, nunca houve na história da humanidade, condições técnico-científicas tão favoráveis para a construção de uma vida digna. Nessa égide, faz-se necessário atenuar a violência em prol da garantia da dignidade e segurança do cidadão. Isso se dará através do Estado, com seu caráter abarcativo e socializante, de investir em políticas públicas baseadas no acesso à educação de qualidade e no investimento na formação e qualificação do policial, mudando a postura repressiva; e com parcerias privadas, visando na infraestrutura ordenada e na garantia de empregos. Só assim será possível mudar a perspectiva de vida profissional e social de brasileiros e modificar o cenário de violência.