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Enviada em: 19/10/2017

O filme Tropa de Elite, gravado nas favelas do Rio de Janeiro, mostra a criminalidade nos centros urbanos e a tentativa de saná-la com operações policiais. Contudo, esse problema não é exclusivo dos cinemas, pois a violência urbana é um problema pertinente e decorrente da falta de infraestrutura de segurança e da desigualdade social presente no país. Mostra-se necessário, portanto, que medidas sejam tomadas, em prol de um melhor convívio dentro da sociedade.       Em primeira análise, a persistência da violência nos centros urbanos, como assaltos e sequestros, está intrinsecamente ligada à falta de infraestrutura de segurança. Isso porque é visível que, além da falta de remuneração dos policiais, os presídios estão lotados e, por esse motivo, qualquer tentativa de reinserção do indivíduo no meio social torna-se difícil para o sistema judiciário. Ademais, a gravidade dessa mazela relaciona-se com o Contrato Social, tese do sociólogo Rosseau, pois afirma que, em um sociedade, o indivíduo abre mão da liberdade em troca da segurança, ou seja, no Brasil quebra-se esse acordo, de forma que o indivíduo não possui liberdade nem segurança. Nesse contexto, é fundamental que ações sejam tomadas na infraestrutura, porque é dever do Estado garantir a segurança.                 Outrossim, é inegável que a desigualdade social, derivada, principalmente, da educação precária, é potencializadora da violência urbana. Isso é explicado por John Rawls, na Teoria da Justiça, ao anunciar que oportunidades insatisfatórias durante o desenvolvimento, como a formação escolar incompleta, geram um tendência à marginalização. Logo, uma pessoa que não possui boa instrução por parte da família, ensino incompleto e falta de acesso à cultura, cenários bastante comuns na sociedade brasileira, está vulnerável a envolver-se no mundo do crime, sobretudo no tráfico de drogas e nos assaltos de pequeno porte. Assim, é primordial que, a longo prazo, intervenções sejam feitas, com o propósito de atenuar as diferenças de oportunidade e, consequentemente, diminua a criminalidade.                 Dessa forma, a violência urbana é decorrente da decadente infraestrutura de segurança pública e das desigualdades sociais presentes no Brasil. Para que tal problema seja reduzido, o Ministério da Justiça deve aprimorar a capacidade de abrigo nos presídios, por meio de melhor administração da verba pública, com o fito de facilitar a reinserção dos criminosos na convivência harmônica em sociedade. Além disso, é incumbência das ONGs dar maior acesso à educação em comunidades em estado de vulnerabilidade social, por meio da construção de escolas gratuitas nessas, com o objetivo de dar melhores oportunidades aos jovens e afastá-los do crime. Por último, é indispensável que os grandes canais de TV alertem as famílias sobre medidas que as protejam da ação criminosa, com programas informativos, com o intuito de aliviar os efeitos da criminalidade na vida em sociedade.