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Enviada em: 17/10/2017

Segundo Jean Paul Sartre, importante filósofo, “a violência, seja ela qual for a maneira que se manifesta, é sempre uma derrota. Nesse sentido, observa-se no Brasil, um gritante abismo de desigualdades entre as classes sociais, que favoreceu, ao longo dos anos, para o crescimento da violência urbana. Ao analisar esse contexto, fazem-se necessárias medidas emergenciais para reverter esse quadro e fazer do Brasil um país menos desigual em oportunidades e menos violento de forma geral.       Em uma primeira abordagem, é válido destacar a historicidade brasileira. As sucessivas leis abolicionistas, que culminaram na libertação dos escravos em 1888, abriram as portas para uma enorme população sem trabalho e condições básicas de sobrevivência, que lotou as ruas do Rio de Janeiro. Some-se isso, ao projeto de modernização da capital, a partir do século XX, que não incluía esse contingente em seu plano de desenvolvimento e, dessa forma, as áreas periféricas foram povoadas, dando início ao processo de favelização. Assim, a falta de oportunidades formou a onda de violência urbana, de atos criminosos e homicídios, responsável pelo atraso social hodierno.       Aprofundando a análise, devem ser abordados os fatores legislativos e educacionais. Por não ter sua condição social garantida pelo Estado, o indivíduo volta ao seu estado de natureza – a guerra – citado por Hobbes e, portanto, continua praticar tais atos, pois são mais atrativos e, ainda, favorecem ascensão financeira por intermédio das “escolas do crime”. Além do mais, o atraso em tornar o ensino gratuito e obrigatório, que só ocorreu no governo Vargas, demonstra a fragilidade das estruturas básicas, causando extrema decepção e constrangimento à população, devido à ineficiência do Estado em erradicar a violência.       Em suma, diante dos argumentos supracitados, é dever do Estado garantir o bem-estar social, criando campanhas de combate à violência, além de impor punições mais severas e leis mais rígidas para aquelas que não as cumprem. Ademais, deve-se investir em educação, valorizando e capacitando os profissionais. Nessa premissa, o Brasil será socialmente melhor e, consequentemente, a violência se fará presente apenas nos futuros livros de História.