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Enviada em: 20/02/2018

Em 2017, observou-se que, diante da violência demasiada no estado do Espírito Santo, vários cidadãos se manifestaram à favor da melhoria nas condições de trabalho e do reajuste nos salários dos policiais. Tal situação se generalizou no cenário nacional, de modo a afetar a ordem e a segurança pública, seja devido à disparidade social, seja à ausência de investimentos dos governos estaduais e federais.              Mormente, analisa-se que as diferenças econômicas podem influenciar decisivamente sobre a criminalidade. Isso porque, assim como afirma Karl Marx, há classes dominantes que se beneficiam em detrimento das menos favorecidas, as quais, em sua maioria, são motivadas a se marginalizar. Ademais, muitos indivíduos criaram uma noção preconceituosa sob aspectos sociais, políticos e econômicos, de forma a alegar que somente a camada inferiorizada é responsável pelos casos de agressividade. Consequentemente, há um controle repressivo dos agentes de segurança contra tal parcela. Por exemplo, segundo o Jornal Folha de São Paulo, 77% dos mortos pela polícia do Rio de Janeiro em 2015 são negros ou pardos.              Além disso, é evidente que a ausência de investimentos no setor de proteção pública corrobora o impasse. Isso se deve ao fato de que, perante ações corruptas e problemas burocráticos, não há o devido repasse dos recursos destinados às instituições de defesa, de forma a inibir o planejamento e a formação de uma polícia técnica judiciária. Com isso, há um deficit na investigação da resolução de homicídios  que, conforme dados do Conselho Nacional do Ministério Público e divulgados em 2012, representam apenas 5%, de forma a justificar os casos de impunidade.              Infere-se, portanto, que a segurança garantida à população pela Constituinte de 1988 está em crise. Destarte, cabe ao Governo, em parceria com o MEC e instituições sem fins lucrativos, criar uma estrutura abrangente de combate às desigualdades, por meio da ampliação de ofertas de trabalho, de cursos profissionalizantes e estimular a comunidade - com ajuda do setor midiático - à se inserir nas instituições escolares e em programas como o EJA. Outrossim, o Ministério da Justiça, por intermédio da Receita Federal, investir nas condições de trabalho as quais os policiais estão inseridos, exigir as prestações de contas e criar um agente que apure as infrações judiciais. Dessa forma, a violência no contexto nacional será inibida.