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Enviada em: 01/04/2018

Por trás de um marginal, existe uma família negligente. A não correção acompanhada de orientações efetivas apenas retrata o retrocesso da sociedade cívica, expondo nas ruas os seus reflexos. Dessa forma, a violência urbana, tratada por muitos como um desafio, além de ser um empecilho ao desenvolvimento humano, aumenta ainda mais o medo da população em sair de casa para o trabalho ou levar os filhos na escola, ora pelo despreparo do Estado e da ineficiência das conduções das leis, na prática, ora pela má educação e disciplina de alguns pais - das três classes sociais - para com as suas crianças e adolescentes.   Esses modelos desmascaram a situação caótica da violação constante dos direitos dos cidadãos e corroboram as ideias do "Contrato Social" proposto pelos filósofos Jonh Locke e Thomas Hobbes, para qual a criação de um "acordo de paz", através da contratualidade entre os envolvidos, é imprescindível para alcançar a estabilidade social. Porém, a velha máxima de poder soberano do rei, em "O Príncipe" de Nicolau Maquiavel, em verossimilhança com o contexto atual brasileiro, é confundido. A troca da liberdade e democracia pela sensação de segurança momentânea é exemplo disso. As comunidades do Rio de Janeiro sabem e vivem tal escambo.   Nesse viés, quanto às questões mais reais, os dados são alarmantes. De acordo com o gráfico mostrado pelo mapa da violência nos últimos anos, o número de homicídios - 30 mil por 100 mil habitantes - lidera o ranking, seguido da violência no trânsito - com 27,7. No entanto, é um equívoco acreditar que comportamentos delinquentes estejam restritos apenas às ruas, sendo estendidos nos vários Sistemas, como o carcerário, familiar e, até mesmo, nas relações vendedor-consumidor, por reclamações e xingamentos desrespeitosos. A ideia de que se combate questões simples e a bandidagem com brutalidade e força bruta em nada mudará o panorama caótico instalado no cotidiano, nem, sequer, solucionará os desafios relacionados a tal situação.   Portanto, diante dessa realidade, caberá aos órgãos governamentais responsáveis pela integridade física do ser, como policiais civis, militares e federais, OAB. Ministério da Segurança e empresa privadas atreladas a serviços de vigilância e guarda, o apoio conjunto para maior responsabilidade na imposição das leis, na prática, a fim de corrigir o infrator, através de tratamentos psicológicos, oportunidades de emprego e educação. À mídia cabe o papel de mostrar as consequências de condutas imprudentes que transgridem a saúde do próximo e solapam as relações interpessoais, restando a própria sociedade a consciência dos seus comportamentos e ações no eito comunitário. Assim, será possível alcançar a dignidade humana em todos os seus segmentos.