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Enviada em: 10/04/2018

A violência urbana no Brasil é um desafio cuja origem se encontra no histórico colonial escravocrata do país, o qual apresenta seus efeitos até os dias atuais, sendo um destes, a violência. Isto, pois, a violência outrora institucionalizada pelo Estado causou danos que este ainda não foi capaz de reparar, fazendo com que esta atinja de forma majoritária as minorias sociais - pobres, negros, mulheres, homossexuais etc.      Para enfrentar o desafio da violência urbana no Brasil, deve-se pensar em como esta se estruturalizou no país, sobretudo relacionada à raça, classe e gênero. Segundo a filósofa e ativista Angela Davis, estas são categorias que estão entrelaçadas entre si e que por conseguinte, há uma importância de serem consideradas dessa forma para que haja a compreensão dos diferentes tipos de opressão na sociedade. No caso brasileiro, não deve ser diferente: segundo uma pesquisa de 2015 da Flasco, entre 2003 e 2013 a morte violenta de mulheres negras aumentou mais de 50%, enquanto a de mulheres brancas diminuiu aproximadamente 10%. Isso mostra que a opressão atinge os grupos sociais de diferentes maneiras.     Apesar da situação crítica, o Estado brasileiro já obteve projetos que adotaram essa perspectiva de proteção aos mais vulneráveis como o Pronasci, criado em 2007 pelo governo federal, o qual realizou projetos de preservação da integridade dos cidadãos, nos quais foram priorizados os locais em que a criminalidade apresentavam caráter exorbitante. Esses projetos, apesar de sofrerem de descontinuidade e não apresentarem efeitos imediatos, foram essenciais à mobilização da segurança pública por caminhos em que fosse possível combater a violência com medidas a longo prazo, pois esses eram focados na inserção social dos cidadãos marginalizados através de programas de esporte, cultura e educação.      Em síntese, depreende-se que a violência no espaço urbano brasileiro é um desafio que não deve ser tratado de maneira generalizada, mas de modo a considerar suas especificidades e seu histórico. Assim sendo, torna-se necessário ações que minimizem os casos de violência. A longo prazo, os Ministérios da Educação, Cultura e Esporte devem trabalhar em conjunto, a fim de garantir que seus programas estarão presentes nos locais mais vulneráveis do país. Com efeito, previne-se o aumento dos casos de violência. Já a curto prazo, torna-se executável que as Secretárias de Segurança Pública estudem quais segmentos sociais e locais são mais atingidos pela violência urbana,  com o intuito de promover treinamentos aos policiais para que estes possam agir nesses territórios sem que haja consequências piores às populações locais.