Proposta de Redação
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: A Democracia no Brasil. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Podemos definir a Ditadura Militar como sendo o período da política brasileira em que os militares governaram o Brasil. Esta época vai de 1964 a 1985. Caracterizou-se pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão aos que eram contra o regime militar.
Texto II
Dilma instala Comissão da Verdade para investigar crimes na ditadura
A presidente brasileira, Dilma Rousseff instalou nesta quarta-feira a Comissão da Verdade, que terá a responsabilidade de investigar violações dos direitos humanos durante a ditadura, mas não de julgar os responsáveis.
Rousseff, que chorou ao lembrar o sofrimento dos familiares dos mortos e desaparecidos durante a ditadura, nomeou sete integrantes da comissão em um ato em que participaram os ex-presidentes brasileiros, assim como os comandantes das Forças Armadas. A presidente garantiu que o objetivo da comissão será recuperar a verdade sem revanchismo para alcançar a reconciliação nacional.
“O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, especialmente, merecem a verdade todos que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo a cada dia”, afirmou Dilma, que interrompeu seu discurso pelos aplausos e para secar suas lágrimas.
A comissão terá um prazo de dois anos para investigar crimes contra os direitos humanos ocorridos entre 1946 e 1988, embora se concentre no último regime militar (1964-1985).
“Não somos movidos por revanchismo, o ódio ou o desejo de escrever a história de uma forma diferente da que ocorreu, mas a necessidade de conhecer sem ocultamento”, disse a presidente, que esteve presa dois anos por sua militância em um movimento de esquerda que combateu a ditadura.
Sem citar especificamente a Lei de Anistia de 1979 que impede levar à justiça suspeitos de torturar,sequestrar ou assassinar durante a ditadura, Dilma lembrou que o Brasil recuperou a democracia graças a pactos políticos que serão honrados pela Comissão da Verdade. “Assim como respeito a luta pela democracia também respeito os pactos políticos que nos levaram à redemocratização”, afirmou.
Dilma alegou que a instalação da comissão é um ato de Estado e não de Governo e nesse sentido disse estar alegre por ter a companhia dos líderes que a antecederam durante os 28 anos desde o fim dos 21 anos de ditadura militar. Em um ato simbólico, Rousseff chegou à cerimônia após descer a rampa interna do Palácio do Planalto ao lado dos ex-presidentes José Sarney (1985-1990), Fernando Collor de Mello (1990-1992) Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
A presidente destacou que a comissão foi criada durante o Governo Lula e que teve como antecedente a decisão de Cardoso de reconhecer a responsabilidade do estado nas violações aos direitos humanos durante a ditadura e compensar os familiares dos mortos e desaparecidos.
A comissão será integrada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp, o ex- procurador-geral da República Claudio Fonteles, o ex-ministro de Justiça José Carlos Dias, o sociólogo Paulo Sergio Pinheiro, a psicanalista María Rita Kehl, o advogado José Paulo Cavalcanti Filho e a advogada Rosa María Cardoso da Cunha, amiga pessoal de Dilma e defensora de presos políticos durante a ditadura.
Apesar da lei de criação da comissão estabelecer que sejam investigadas tanto as violações cometidas pelos agentes do estado como pelos militantes que se opuseram à ditadura, seus integrantes deixaram claro que se concentrarão nos primeiros.
Disponível em: https://veja.abril.com.br/mundo/dilma-instala-comissao-da-verdade-para-investigar-crimes-na-ditadura/
Texto III
Saudades da ditadura
Roberto Pompeu de Toledo
“O problema da moçada da USP é a saudade de um período que eles não conheceram. Nasceram com atraso. Daí a obsessão por fantasiar um entorno de repressão e obscurantismo contra o qual `resistir”.
A nostalgia da ditadura dilacera a moçada da USP especializada em ocupar prédios da Cidade Universitária.
“Abaixo a ditadura na USP”, dizia um dos cartazes expostos no prédio da reitoria durante o período em que ele esteve ocupado. Com a palavra “ditadura”, atirou-se sem economia no reitor, na Polícia Militar, no governo paulista.
Pobre meninada…
Depois que a PM, na madrugada da última terça-feira, acabou com a ocupação, os estudantes divulgaram um manifesto em que denunciavam a ação policial como “repressão sem precedentes”, realizada “na calada da noite” e “num clima de terror que lembrou os tempos mais sombrios da ditadura militar”.
“Clima de terror” é sempre bom invocar, e, se a ação se deu antes de o sol raiar, é de rigor aplicar-lhe essa clássica das clássicas expressões da literatura policial que é a “calada da noite”, mas… Pobre meninada – não adiantou caprichar na retórica. A operação da polícia, realizada no quadro legal de uma reintegração de posse, não produziu um mísero ferido.
Revista Veja, 19/11/2011.
Texto IV
Geração Coca-Cola
Legião Urbana
Quando nascemos fomos programados
A receber o que vocês
Nos empurraram com os enlatados
Dos USA, de nove as seis.
Desde pequenos nós comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
Depois de 20 anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser
Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola
Geração Coca-Cola