Proposta de Redação
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A importância da filantropia para as transformações sociais”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Nós, seres humanos, a despeito de todos os nossos defeitos, somos seres sociais, capazes de desempenhar atos providos de empatia, altruísmo e generosidade para com nossos semelhantes. Essas qualidades nos engrandecem enquanto pessoas e tornam o mundo um lugar melhor, mais receptivo e mais aprazível de viver. É essa forma empática de ver e agir no mundo que motiva a filantropia.
No dicionário, o termo filantropia é definido como amor à humanidade e grande generosidade para com os outros seres humanos. Perceba que as duas definições trazem sentimentos (amor e generosidade), e não ações propriamente ditas. A filantropia está, portanto, ligada a um propósito maior que guia a ação das pessoas que a praticam.
Na prática, a filantropia é associada a organizações e pessoas que dedicam tempo e recursos em ações e projetos solidários e/ou de grande relevância social. São ações que partem do sentimento filantropo, de amor à humanidade, e que oferecem ajuda a quem precisa, sem pedir nada em troca.
Ter sensibilidade para com o próximo é essencial para que vivamos em um mundo mais humano e receptivo. Atos de empatia e generosidade têm potencial de gerar um círculo virtuoso, benéfico não apenas para os necessitados, mas para a sociedade como um todo. A própria atitude de ajudar o próximo nos engrandece e traz uma sensação de propósito para nossas vidas.
Além disso, a filantropia pode ser decisiva na vida de pessoas em situações desoladoras, privadas dos recursos mais básicos. Um ato de altruísmo, por menor que seja, pode mudar completamente a vida de um ser humano.
Disponível em: <https://www.politize.com.br/filantropia-o-que-e/>
TEXTO II
A filantropia, no Brasil, aciona um imaginário muito mais de assistencialismo do que de ferramenta para fortalecimento e apoio a organizações e movimentos da sociedade civil. No entanto, ela pode, e deve ter, um papel essencial no fomento à justiça social ao fortalecer a sociedade civil na promoção do acesso aos direitos, ponto fundamental para a consolidação da democracia.
A filantropia brasileira, predominantemente composta por empresas, institutos e fundações por eles criados, é um setor de muita relevância por sua capacidade de mobilização de recursos. Em 2020, o setor mobilizou R$ 6,9 bilhões para o campo social, segundo o último Censo GIFE – pesquisa bianual que fornece um panorama sobre volume de investimento, estrutura e formas de atuação de empresas, institutos, fundações e fundos filantrópicos empresariais, familiares e independentes que destinam recursos privados para projetos com finalidade pública.
Apesar de o Censo apontar que o volume de repasses a terceiros dobrou nos últimos anos, somente 16% dos investidores sociais são essencialmente financiadores, promovendo repasse de recursos a terceiros. Já 50% deles são executores, ou seja, viabilizam iniciativas próprias, direcionando a maior parte dos recursos para programas desenhados e operacionalizados por equipes próprias ou por terceiros. O restante dos investidores sociais tem atuação híbrida entre essas duas estratégias.
Existe, portanto, um vácuo no financiamento a iniciativas da sociedade civil, já que os recursos da filantropia brasileira não chegam em profusão às organizações sociais. Situação que afeta principalmente instituições de pequeno e médio porte e grupos comunitários de base, particularmente aqueles que trabalham nas áreas de defesa de direitos, direitos humanos, justiça social e desenvolvimento comunitário.
A doação de recursos financeiros – grantmaking – para organizações e iniciativas da sociedade civil tem se mostrado, antes, durante e no pós-pandemia, um dos caminhos relevantes para contribuir com o seu fortalecimento e, certamente, os fundos temáticos, comunitários e fundações comunitárias que integram a RJFS (Rede de Filantropia para a Justiça Social) ocupam um lugar estratégico no apoio à luta pelo reconhecimento e acesso a direitos, num sentido amplo, conduzidas pelos grupos, coletivos e movimentos junto à minorias políticas.
O surgimento dos fundos locais independentes a partir dos anos 2000 implicou um processo de transformação não apenas da filantropia brasileira, mas também da sociedade civil, porque eles se instalaram como uma alternativa efetiva de financiamento e fortalecimento de pequenas e médias organizações e de movimentos que atuam no campo da justiça social e desenvolvimento comunitário.
Entre os fundos da RFJS, que defendem agendas diversificadas e interconectadas nesses campos, existe o entendimento comum de que apoiar organizações da sociedade civil e movimentos sociais é uma estratégia crucial para fortalecer a sociedade civil brasileira, já que promover o acesso aos direitos — ter o direito aos direitos — é o ponto de partida fundamental para a consolidação da democracia.
Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/ensaio/2022/09/17/Como-a-filantropia-pode-contribuir-para-a-transforma%C3%A7%C3%A3o-social>
TEXTO III
Disponível em: <https://www.jornaldenovaodessa.com.br/charges/charge-85/>
TEXTO IV
A filantropia e o investimento social privado podem ter um papel importante em relação à emergência climática, à promoção da justiça socioambiental e no acesso a direitos, promovendo experimentações que, ao mesmo tempo em que priorizam grupos e territórios com menos acesso a direitos e recursos, podem resultar em insumos para fomentar estratégias de advocacy para políticas públicas.
“A filantropia é fundamental para mudar um pouco o equilíbrio das forças, esse poder tão grande que os governos têm de decidir onde o dinheiro vai ser investido”, analisa Isabel Figueiredo, coordenadora do Programa Cerrado e Caatinga do Instituto Sociedade Pessoa e Natureza (ISPN)
Para Renata Piazzon, diretora executiva do Instituto Arapyaú, a filantropia é essencial no contexto do combate à emergência climática.
“Vivemos desafios complexos e de forma isolada não será possível superar os desafios. Governo, academia, sociedade civil e filantropos são atores-chave para os avanços desta agenda. E a filantropia tem a flexibilidade de articular e direcionar recursos, incentivar e criar espaços para a inovação e impulsionar essas frentes.”
Disponível em: <https://gife.org.br/a-importancia-da-filantropia-e-do-investimento-social-privado-no-combate-a-emergencia-climatica/>