Proposta de Redação

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os fatores motivadores da proliferação de clínicas clandestinas de estética no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Dona de clínica de estética clandestina tinha outros dois estabelecimentos do mesmo ramo em Campinas

Mulher era investigada desde outubro do ano passado e deve responder pelo crime de falsificação de produtos médicos, que tem pena de até dez anos.

A dona da clínica estética clandestina que foi alvo de uma ação conjunta entre Polícia Civil e Vigilância Sanitária era a terceira administrada pela mulher que atuava como biomédica sem registro em Campinas (SP).

Ejanica da Silva Lima foi presa em flagrante enquanto fazia preenchimento labial em uma cliente na tarde de terça-feira (27), na unidade localizada na Av. Senador Saraiva, Centro.

Ela passou a noite detida na delegacia e vai responder pelo crime de falsificação de produtos médicos, com pena de até dez anos. “Tem uma pena altissíma, comparada ao hediondo, e também a outros crimes de relação de consumo”, explica o delegado Elton Costa.

Nesta quarta-feira (28), após audiência de custódia, foi concedida a liberdade provisória mediante pagamento de fiança no valor de R$ 4.246,00.

Todos os remédios e produtos apreendidos foram encaminhados para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG), que instaurou o inquérito. Clientes da clínica também foram para o local para prestar depoimento.

Três clínicas clandestinas

De acordo com a Polícia Civil, as outras duas clínicas que faziam procedimentos irregulares funcionam no bairro Castelo. Em outubro de 2023, um desses estabelecimentos foi alvo de uma operação da Vigilância Sanitária.

Na época, Ejanica não foi localizada pelos agentes, mas a equipe apreendeu diversos medicamentos não autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, que eram usados em procedimentos estéticos e médicos.

Parte dos medicamentos apreendidos eram sem procedência ou até mesmo proibidos.

“Ela utilizava um remédio, somente em gorduras localizadas, que é um medicamento proibido aqui no país. Ela adquiria esse medicamento injetável por meio de importação direta, ou seja, um produto ilegal, sem registro da Anvisa”, diz o delegado responsável pelo caso.

A Vigilância repassou a informação para a Polícia Civil, que passou a investigar as clínicas.

Por meio das redes sociais, Ejanica divulgava os serviços realizados pelas clínicas por preços muito abaixo dos valores cobrados por profissionais da área. “Por esses links nós conseguimos também comprovar e verificar quais eram todos os procedimentos que ela fazia. Alguns deles estéticos e alguns estritamente reservados a médicos”, diz Costa.

Os procedimentos incluíam aplicações locais para emagrecimento, remoção de tatuagem, preenchimento facial e labial, aplicação de toxina botulínica (botox), entre outros.

Ejanica foi indiciada por manter em depósito e disponibilizar para consumo produtos falsificados e sem registro nos órgãos de Vigilância Sanitária. Em depoimento, ela negou as acusações, mas os policiais constataram que ela não tem registro profissional.

Disponível em: <https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2024/02/28/dona-de-clinica-de-estetica-clandestina-tinha-outros-dois-estabelecimentos-do-ramo-em-campinas.ghtml>

TEXTO II

O Brasil já ultrapassou os Estados Unidos e é o líder mundial em realização de cirurgias plásticas. E o número de pacientes, à despeito da crise, só vem aumentando. Essa grande demanda faz com que os profissionais brasileiros estejam cada vez mais gabaritados e o Brasil já se tornou referência mundial na área.

A cirurgia plástica virou um sonho de consumo, um ideal de vida e está cada vez mais acessível. Além disso, a qualidade dos profissionais brasileiros e os avanços tecnológicos têm reduzido muito os riscos dos procedimentos.

No Brasil são realizadas anualmente quase 2 milhões de cirurgias plásticas e esse número poderia ser bem maior, se considerarmos que ainda tem muita gente arriscando suas vidas em clínicas clandestinas e no arriscado “turismo médico” para realizar cirurgias em países vizinhos, ou se submetendo a procedimentos clandestinos dentro do país.

Na tentativa de encontrar preços baixos para uma intervenção estética, algumas pessoas arriscam a vida em procedimentos clandestinos, praticados por “médicos” que não possuem qualquer registro legal para exercer a profissão de cirurgião plástico e em locais inapropriados e sem a devida autorização da ANVISA.

Evidentemente, trata-se de uma escolha extremamente perigosa. Além dos riscos com técnicas “duvidosas”, há a possibilidade de rejeição do organismo às substâncias ilegais como silicone industrial, vaselina e polímeros, capazes de desencadear problemas gravíssimos como inflamação generalizada ou deformação e, em muitos casos, até fatalidades, como dão conta muitos noticiários.

Disponível em: <https://www.felipepatrus.com.br/cirurgias-clandestinas/>

TEXTO III

No Brasil, a busca pessoal pela aparência perfeita serve de combustível para movimentar um próspero mercado povoado por clínicas estéticas, consultórios médicos e salões de beleza. Segundo relatório da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS),
foram realizados, em 2020, 1.306.902 procedimentos de cirurgia plástica estética. Isso nos coloca em segundo lugar no ranking global da entidade, atrás apenas dos Estados Unidos.

E, cada vez mais, os brasileiros valorizam procedimentos estéticos que não demandam cirurgias. Segundo o relatório da ISAPS, que considera apenas procedimentos realizados por cirurgiões plásticos, entre 2016 e 2020 o uso de procedimentos não cirúrgicos injetáveis registrou um aumento de 24,1% em nosso país. E só no ano de 2020 mais de 600 mil procedimentos não cirúrgicos injetáveis foram realizados por cirurgiões plásticos no Brasil.

Nessa categoria estão incluídos alguns procedimentos que já se tornaram conhecidos até mesmo por pessoas que não são consumidoras do mercado de beleza, como a aplicação da toxina botulínica (que se tornou célebre por meio de uma de suas principais marcas fabricantes, o Botox) e o ácido hialurônico, substância comumente aplicada em procedimentos de preenchimento facial.

Disponível em: <https://jornal.unesp.br/2022/04/29/no-brasil-procedimentos-de-estetica-facial-realizados-por-pessoas-sem-treinamento-medico-tem-mais-chances-de-gerar-complicacoes-mostra-estudo-feito-em-19-estados/>