Proposta de Redação
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Perspectivas e desafios da educação a distância no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Educação a distância se consolida no Brasil
De cursos técnicos aos de formação, há opções em diversas áreas para quem deseja adquirir conhecimento.
Estudar a distância é uma alternativa mais do que viável para quem pensa em investir nos estudos ou na profissão. Tanto é que cerca de 7 milhões de brasileiros estavam matriculados em alguma modalidade EAD em 2017, segundo o último censo divulgado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED). Entre os fatores que levaram os alunos a optarem por essa modalidade de ensino estão a flexibilidade do tempo dedicado ao aprendizado, a não necessidade de locomoção até o ambiente escolar e os valores mais acessíveis das mensalidades. O censo ainda revelou o perfil de quem procura estudar a distância: as mulheres compõem mais da metade dos registros tanto em instituições públicas quanto privadas, com faixa etária entre 26 e 40 anos e que voltaram a estudar depois de adultas ou trabalham para poder pagar pelo ensino.
O Senac vem acompanhando a evolução da educação a distância desde os anos 40. Na época, a instituição oferecia cursos através da Universidade do Ar, uma ação pioneira que levava conhecimento profissional a locais distantes por meio de programas de rádio. Atualmente, são mais de 200 opções em cursos a distância, de técnicos a extensões universitárias, que proporcionam ao aluno uma trajetória de formação dentro da própria instituição. A coordenadora do Senac EAD SC, Soeli Wolff Martinelli, destaca que os modelos de aprendizagem utilizados têm como foco o aluno que não tem tempo a perder e geralmente estuda de maneira isolada. “Trabalhamos com tecnologias como videoaulas e outros objetos de aprendizagem, com linguagem acessível e conteúdo que atenda a necessidade do aluno”, explica.
Capacitação rápida
Além dos cursos técnicos, de graduação e pós-graduação, a rede Senac de educação à distância também disponibiliza aos interessados os chamados cursos livres, que possuem carga horária reduzida e são de capacitação rápida. O Senac SC participa da rede nacional de EAD e produz num estúdio próprio em São José esses cursos de formação inicial e continuada, disponíveis no portal da rede (ead.senac.br). O conteúdo é desenvolvido por profissionais com experiência no mercado e que levam ao aluno situações de aprendizado e vivências diárias. Dos 174 cursos oferecidos, as áreas relacionadas à gestão, idiomas e comunicação são as mais procuradas. Nos 4 primeiros meses do ano, 9 mil pessoas já se matricularam em algum curso para o aprendizado a distância.
Disciplina acima de tudo
Quem pretende iniciar os estudos a distância precisa saber que é necessário manter a organização e, acima de tudo, ser disciplinado. A assistente de vendas Cleusa Nascimento fez o seu primeiro curso a distância em 2013 e não parou mais. Ela destaca a facilidade na hora de estudar como um dos benefícios dessa formação. “A gente consegue administrar o nosso tempo. São quinze, vinte minutos para dar uma lida no material ou fazer os exercícios”, comenta. Para quem acha que a modalidade EAD é mais fácil do que a presencial, a pedagoga Daiane Candido observa que ‘o aluno a distância precisa entender que a tecnologia veio para desburocratizar o processo de aprendizagem, mas ainda assim haverá o contato com o professor, colegas e monitoria. Ele tem as suas obrigações e precisa apresentar resultados’, finaliza.
Disponível em: https://ndmais.com.br/entretenimento/educacao-a-distancia-de-consolida-no-brasil/
TEXTO II
Disponível em: http://www.ead.unimontes.br/nasala/tag/tirinha/
TEXTO III
Oferta e procura por faculdades a distância aumentam no país
Número de matrículas na graduação a distância chega a quase 2 milhões, o que representa 21% do total do ensino superior do país. Especialistas questionam a qualidade desse tipo de ensino.
Dos 8 milhões de alunos que estão na faculdade no Brasil, quase 20% fazem o curso a distância, modalidade de ensino que é alvo de grande procura e também de críticas. Bruna Moura gosta de administração, mas parou de ir à faculdade. Agora estuda onde der, a distância, e só aponta vantagens: “não tinha aquela loucura de pegar ônibus, de sair do trabalho e tudo mais, e o valor”. A mensalidade caiu de R$ 580 para R$ 150 reais. Mas Bruna alerta: no começo, foi difícil: “não consegui pegar aquela matéria, vou retornar tudo de novo. Vou voltar até consumir todo o conteúdo”.
No Brasil, o número de matrículas na graduação a distância, o chamado EAD, chega a quase 2 milhões, o que representa 21% do total do ensino superior do país. A estrutura é de uma emissora de TV completa. Inclusive o professor agora está gravando uma aula e os técnicos de áudio e vídeo estão acompanhando a gravação. Em um outro estúdio vai começar daqui a pouco uma aula de literatura, ao vivo, para o curso de letras. Uma transmissão como essa pode chegar a até 250 mil alunos, ao mesmo tempo, que é o número de estudantes matriculados no ensino a distância dessa universidade.
Algumas aulas e todas as provas do EAD são presenciais, em polos, que são bases avançadas espalhadas pelo Brasil. Nos últimos quatro anos, o número de polos cresceu de quase 5 mil para mais de 15 mil.
“É tanto a questão do governo incentivar as universidades para que possam abrir mais cursos online pelo Brasil todo, assim como a própria população mais alinhada com esse modelo de educação”, comenta Fernando Di Genio, diretor da Unip. Mas especialistas questionam a qualidade desse tipo de ensino, em que a interação entre aluno e professor raramente acontece. “Essas novas tecnologias estão aí, mas elas tem que ser colocadas a favor da boa formação de todos os profissionais. Não podem se transformar em fábricas de diploma” destaca César Callegari, pres. Inst. Bras. Sociologia Aplicada.
Segundo o Censo da Educação Superior, 60% dos alunos de pedagogia estão nessa modalidade. Em matemática e história, o número chega a 40%. “Estamos formando profissionais deficitários na sua formação que terão repercussão grande na qualidade do ensino quando eles se transformarem em professores”, diz César Callegari, pres. Inst. Bras. Sociologia Aplicada.
Uma das entidades que representam as faculdades particulares reconhece que o ensino a distância no Brasil cresceu muito rapidamente e que o modelo precisa ser aperfeiçoado. “Nós temos que quer que olhar, pensar num modelo e não é porque tem esse baixo custo que tem que ser de má qualidade. Nós temos que encontrar um equilíbrio e obviamente melhorar os resultados das avaliações”, comenta Fábio Reis, dir. inovação Semesp. Jeniffer também acha que o EAD tem que melhorar. Ela trabalha 12 horas por dia como esteticista e resolveu fazer educação física a distância. Quer montar uma clínica de pilates, mas tem aulas práticas apenas uma vez por mês. “Eu acredito que deveria ter mais aulas presenciais porque é muito importante, ainda mais nessa área de educação física que tem a ver com o corpo humano”, comenta Jeniffer de Souza, estudante.
Disponível em: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/06/01/oferta-e-procura-por-faculdades-a-distancia-aumentam-no-pais.ghtml (Adaptado)