Proposta de Redação
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Stalkear: quando é considerado crime?”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Stalkear agora é crime: o que faz uma pessoa perseguir alguém?
Pessoas obsessivas por outras sempre fizeram parte de histórias na literatura, no cinema e na televisão. Mas com o surgimento das redes sociais – onde passou a ser possível acompanhar o dia a dia uns dos outros – o comportamento se tornou ainda mais frequente, tanto que chegou a ganhar um nome: o verbo inglês stalk. Seu uso é tão constante que rapidamente a palavra foi adaptada ao nosso português para stalkear, ou seja, uma intrusão em série, não desejada e não consentida que causa desconforto ou medo no outro.
Mas na vida de muita gente, stalkear não é recurso literário ou cinematográfico, feita por um criminoso mascarado. Ao contrário, na maioria dos casos é praticado por pessoas conhecidas e próximas da vítima. O pesadelo se tornou algo real e com tantas implicações práticas e psicológicas que virou crime. Desde este ano, stalkear consta no Código Penal brasileiro.
A boa notícia é que a lei brasileira finalmente criminaliza esse tipo de comportamento, que antes eram enquadrados como crime de “perturbação da tranquilidade alheia” e, raramente, garantiam alguma paz às vítimas. A partir de agora, é formalmente considerado crime quem perseguir alguém repetidas vezes e por qualquer meio, digital ou físico, ameaçando sua integridade física ou psicológica, com penas que variam de seis meses a dois anos de prisão em regime fechado, além de multa.
A sanção da lei no país que ocupa o quinto lugar no ranking dos que mais matam no mundo por crime de feminicídio – quase 80% deles cometidos por alguém próximo à vítima – deve ser comemorado. Trata-se de mais um passo importante na preservação da saúde e da integridade da vítima preferencial dos stalkers: as mulheres.
Disponível em: <https://vejario.abril.com.br/blog/manual-de-sobrevivencia-no-seculo-21/stalkear-crime-perseguir/> (Adaptado)
TEXTO II
Policial stalker é presa pela 4ª vez por perseguir ex-namorados, no DF
A policial civil do Distrito Federal Rafaela Luciene Motta Ferreira, de 40 anos, foi presa novamente, nesta quinta-feira (2), por descumprimento de medida restritiva, que proibia a agente de se aproximar de um ex-namorado. O pedido foi feito pela corregedoria da corporação e determinado pela Justiça, após a agente furar os pneus e esfaquear a vítima, no domingo (28).
A policial foi detida na noite de quarta-feira (1°), na casa de familiares, na Asa Norte. Essa é, pelo menos, a quarta vez que Rafaela é presa por crimes cometidos contra pessoas com quem se relacionava.
Inicialmente, Rafaela recusou se entregar. A policial pediu a presença de um advogado antes de concordar ir para cadeia. A reportagem tenta contato com a defesa da agente.
Ao g1, o corregedor da Polícia Civil do DF, Adval Cardoso, informou que o episódio é “constrangedor e lamentável”. De acordo com ele, a policial “está desequilibrada” e o pedido de prisão foi necessário.
Disponível em: <https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2021/12/02/policial-stalker-e-presa-pela-4a-vez-por-perseguir-ex-namorados-no-df.ghtml> (Adaptado)
TEXTO III
Stalker: até onde a “brincadeira” é considerada saudável?
Prática comum, especialistas alertam sobre o risco de passar alguma parte do dia “bisbilhotando” a vida alheia. O vício é tanto que jovens brasileiros afirmam matar a curiosidade de alguns perfis pelo menos uma vez ao dia. “Criar perfil falso pra stalkear é para os fracos, eu stalkeio com o meu mesmo e sem nem seguir, vai fazer o que? Chorar?”, ironizou uma usuária no Twitter.
A hábito é recorrente, principalmente, por quem acaba de terminar um relacionamento. “A curiosidade de saber o que a outra pessoa está fazendo, com quem está fazendo e onde está fazendo não é nada saudável, além de se tornar prejudicial para a saúde psíquica/emocional de quem tem esse comportamento”, explica a psicóloga Patrícia Zerlottini. “É normal que isso aconteça, mas é preciso evitar que se torne um hábito”, alerta a especialista.
“Dá para considerar saudável aquela olhada por curiosidade, que acontece de forma esporádica. O que não é comum é fazer dessa ação um comportamento diário, no qual a pessoa vive em função dessas perseguições”, ressalta. Zerlottini ainda pontua sobre a necessidade de observar prováveis desvios nesse hábito para que ele não se transforme em assédio e seja tipificado como crime de stalking.
Disponível em: <https://www.metropoles.com/vida-e-estilo/comportamento/stalker-ate-onde-a-brincadeira-e-considerada-saudavel> (Adaptado)