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Enviada em: 15/10/2019

O desenvolvimento dos grandes centros populacionais do Brasil está atrelado ao crescimento e proliferação de indústrias no país. Essas, por sua vez, exigiram do poder público condições de escoamento e comercialização de bens no território, propiciando, por exemplo, a consolidação do modal rodoviário em detrimento de outras formas de transporte, à época do então presidente Juscelino Kubitschek. No cenário atual, por consequência, verifica-se a crescente crise na mobilidade urbana brasileira, processo decorrente do passado histórico e que influi negativamente no direito de ir e vir do cidadão.   Acima de tudo, a prevalência do modal rodoviário no país prejudica a mobilidade urbana da sociedade da pós-modernidade. Para tanto, cita-se a incipiente presença de transportes coletivos no Brasil, como ônibus, trens e metrô, os quais não se encontram totalmente implantados no país e não atendem aos anseios da população, como comodidade e agilidade. Nesse sentido, o cidadão tende a optar pela aquisição do veículo próprio, intensificando a crise da mobilidade, a qual é visível sob os constantes engarrafamentos. Assim, é papel do Estado garantir e propiciar novas formas de deslocamento no meio urbano.   Além disso, nota-se a pouca disseminação e oportunização dos transportes alternativos no país. Essas formas de deslocamento, como patinetes e bicicletas, ilustram meios de deslocamento que surgem como alternativa ao meio rodoviário, na medida em que garantem maior agilidade frente ao trânsito. Contudo, percebe-se que a existência de ciclofaixas, vias e regulamentação que atendam esse meio de transporte ainda são incipientes, ou seja, estão em fase de maturação. A adesão dos indivíduos a esse projeto requer infraestrutura e pode propiciar, mesmo que em médio prazo, formas de transporte mais sustentáveis, aliando uma vida mais ativa do indivíduo a um transporte mais ágil e cômodo.   Fica evidente, portanto, que a crescente crise na mobilidade urbana brasileira é decorrente de atos falhos adotados pelas sucessivas administrações públicas. Como forma de atenuar estes problemas, o Governo Federal, por meio do Ministério dos Transportes, deve propiciar investimentos sobre as redes ferroviárias de maneira a interligar mais facilmente a cidade, bem como abarcar maior número de indivíduos, garantindo uma redução do número de veículos circulantes por via rodoviária. Além disso, o Ministério da Infraestrutura deve propiciar condições ao indivíduo, como ciclofaixas e equipamentos, que propiciem o uso de bicicletas e patinetes no meio urbano, aliando a atividade física ao bom processo de deslocamento urbano.