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Enviada em: 26/06/2018

Cultura do desperdício.  Segundo o líder pacifista Mahatma Gandhi, não é preciso entrar para a história para fazer um mundo melhor. Nessa perspectiva, ficou estabelecido pela ONU o dia mundial da alimentação, em 16 de outubro, na qual busca ressaltar bons hábitos alimentares. Entretanto, apesar de haver diversas informações sobre o planejamento alimentar, está enraizado na população brasileira a cultura do desperdício de alimentos, problemática que foge da lógica de Gandhi, uma vez que não se reflete acerca da fome no mundo.   Em primeiro plano, destaca-se que a fase pré consumo da comida é um dos principais elementos que sucede a perda. Segundo a Organização das nações unidas para alimentação e agricultura (FAO) cerca de 54% dos alimentos são desperdiçados nas etapas inicias da produção, sendo elas a colheita, pós colheita e armazenamento, além da grande perda em seu transporte até a comercialização, devido ao uso de técnicas inadequadas e estradas precárias. Logo, essa negligência resulta em prejuízos para o meio ambiente, já que, segundo a ONU, cerca de 70% de toda água disponível é para o uso da agricultura, além da grande emissão de dióxido de carbono.    Ademais, convém ressaltar a participação das famílias brasileiras nesse processo. De acordo com Zygmunt Bauman, a sociedade tende a realizar tarefas de maneira rápida e insustentável, o que reflete na maneira como se manuseia a refeição diária. A princípio, o consumismo faz com que ocorra a compra excessiva de alimentos, uma vez que há o descuido na hora de cozinhar e a não reutilização, fazendo com que metade do lixo doméstico seja orgânico. Sendo assim, o gasto mensal nos supermercados é desproporcional ao que se come, o que retrata a situação dos indivíduos mais necessitados, já que eles não têm o dinheiro nem para o suficiente.    Torna-se evidente, portanto, que o desperdício de alimentos é um entrave na situação do país e sua extinção beneficiaria o meio ambiente e a redução da fome mundial. Desse modo, cabe à FAO, organização que trata da questão alimentar, junto aos canais midiáticos e seu enorme poder de persuasão, realizar campanhas que divulguem informações acerca da sustentabilidade alimentar, como por exemplo, preparar pratos com sobras de comida, comprar somente o necessário e guardar o que não conseguir comer. Além disso, o Governo Federal deve criar uma espécie de bonificação para restaurantes que praticarem o avanço da sustentabilidade e doarem alimentos que sobrarem - é claro, os que estiverem dentro da validade-, para que, assim, seja evitado o lixo orgânico e haja aumento no proveito dos alimentos. Por fim, pode-se recriar um espaço melhor a partir da máxima de Gandhi.