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Enviada em: 18/10/2018

De acordo com dados da ONU, em 2013 o Brasil desperdiçou quase 10% das 268 milhões de toneladas de alimentos produzidos. Por isso, é urgente a adoção de medidas que visem acabar com o gasto desmedido de alimentos no país, pois esse, agrava o estado de fome de alguns e prejudica o desenvolvimento humano e social de todos. Nesse sentido, convém discutir os fatores causadores desse cenário lamentável - de âmbito educacional e infraestrutural -, bem como propor ações para atenuar esse problema.        Os maus hábitos de consumo da população, a princípio, são significativamente responsáveis pela perda de alimentos ainda aproveitáveis, como talos e cascas de legumes e frutas. Na tentativa de amenizar isso, O Banco de Alimentos de Ribeirão das Neves (MG) - um dos 74 apoiados pelo Ministério do Desenvolvimento Social - oferece orientações e cursos sobre a manipulação e o reaproveitamento de alimentos. Assim, é importante que os cidadãos sejam instruídos na procura pela informação, mas também é dever dos mesmos, ao comprarem produtos alimentícios, buscar conhecer como devem manuseá-los e armazená-los.        Do mesmo modo, a logística do que se produz no campo até a mesa do consumidor também possui contrariedades e o desperdício causado por ela acentua o quadro de insegurança alimentar vivido por muitos no país. Até metade do produzido - de acordo com dados publicados no artigo Ideia na Mesa, da UnB – é dilapidado por causa do modal rodoviário, penalizado com longas distâncias, estradas mal preservadas e caminhos desprovidos de controle de temperatura. Com efeito, a perda de parte da produção encarece os produtos nos supermercados e dificulta o acesso à comida pela camada mais pobre da sociedade.        Para extinguir o desperdício de alimentos no Brasil, portanto, o MEC deve abrir turmas de economia doméstica nas escolas brasileiras, com foco nos alunos de 8 a 14 anos, por intermédio da contratação de nutricionistas, a fim de promover uma educação comportamental em relação aos alimentos, desde a infância. O Ministério do Transporte, por sua vez, precisa fiscalizar o transporte desses alimentos e melhorar as condições das estradas, por meio da ampliação do número de fiscais e de verbas federais, respectivamente, além de diversificar os modais envolvidos, com o fito de melhorar o sistema logístico e baratear, assim, os alimentos. Espera-se, com tais medidas, melhorar o aproveitamento da produção alimentícia e cooperar para o desenvolvimento integral dos brasileiros.