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Enviada em: 07/09/2018

A Revolução Verde, do século XX, possibilitou o aumento da produção de alimentos em escala industrial, com a introdução do pacote de tecnologia no campo. Na atual conjuntura, é produzido, mundialmente, muito mais do que é necessário, o que causa enorme desperdício alimentar.  No Brasil, essa realidade não é diferente, visto que, o aumento do descarte desnecessário de alimentos é recorrente, o que representa, assim, um desafio a ser enfrentado. Dessa maneira, é necessário avaliar como as leis e os hábitos sociais favorecem a ampliação desse cenário, para então, solucioná-lo.    De início, cabe salientar que, a ineficiência na aplicação das leis contribui para o aumento do desperdício. Observa-se que quilos de comidas são descartados diariamente em restaurantes, padarias, supermercados e entre outros, uma vez que, não há leis específicas no País, as quais abordem sobre a questão de doação para combater a fome e evitar o desperdício.  Além disso, esses locais seguem as normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e têm receio de doar as sobras das refeições, devido ao código de defesa do consumidor, o qual aplica punições caso o alimento cause intoxicação a quem o recebeu. Assim, os estabelecimentos comerciais descartam os seus excedentes, ao invés de ajudar quem precisa, com medo de receberem multas.      É notório, ainda, que a cultura do desperdício consolida, cada vez mais, na sociedade. Sabe-se, que o Brasil nunca passou por uma severa restrição e economia alimentar, como as que ocorriam nos  longos períodos de guerras. Logo, a maioria dos brasileiros não tiveram a necessidade de refletir o quanto a abundância é prejudicial e o descarte desnecessário. De acordo com o site do Senado, no Brasil, 26 milhões de toneladas de alimentos ficam no meio do caminho anualmente. Ademais, a falta de planejamento das compras mensais, o menor cuidado nas escolhas, no manuseio e armazenamento das frutas e hortaliças, o descuido no transporte e desleixo no preparo das refeições, são alguns dos principais hábitos dos moradores das cidades, que contribuem para o aumento da utilização sem aproveitamento dos alimentos. Dessa forma, é alarmante a mudança dos costumes urbanos.     Fica claro, portanto, que o desperdício alimentar requer ações efetivas para ser extinguido. Nesse sentido, o Governo Federal deve promover projetos nacionais e públicos para combater esse cenário, por meio do Poder Legislativo, com a promulgação de uma lei, que facilite a doação de sobras e excedentes agrícolas para instituições de caridade, e através do Ministério da Educação, investindo em palestras, nas escolas, com profissionais ambientas sobre a importância de poupar alimentos e com dicas para evitar essa perda. Espera-se com isso, minimizar, gradativamente, o desperdício e mudar, positivamente, os costumes sociais a respeito da problemática.