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Enviada em: 30/10/2018

A Constituição Brasileira, sancionada em 1988, garante que todo brasileiro tem direito a alimentação. Entretanto, passados 30 anos da promulgação desse importante compromisso nacional, a sociedade brasileira ai presencia a persistência do desperdício de alimentos, enquanto muitos passam por dificuldades para possuírem uma alimentação digna. Logo, poder público e coletividade devem engendrar ações para extinguir o desperdício de alimentos no país.   Uma das medidas mais importantes para extinguir esse problema é investir na infraestrutura de transporte. Essa medida é fundamental, pois segundo dados da Associação Prato Cheio, cerca de 50% dos produtos alimentícios são perdidos no transporte. Tal realidade é causada pela extrema dependência e quase que exclusividade do país em rodovias, que pôde ser comprovada com a recente crise dos caminhoneiros, a qual provoca a super utilização desse modal, acabando por danificá-lo constantemente com o aparecimento rotineiro de buracos. Além disso, considerando a continentalidade do Brasil, transportar produtos perecíveis de um extremo a outro utilizando rodovias, as quais consomem mais tempo por conta de eventuais engarrafamentos, aumenta a chance de apodrecimento do produto. Desse modo, é importante melhorar as rodovias e diversificar o modal de transportes.    Sob outra óptica, a conscientização da população sobre a relevância do uso completo do alimento se faz imperativo. Nesse sentido, muitas residências ao utilizarem parte da fruta, por exemplo, desprezam as outras partes que segundo a Associação Brasileira de Nutrição possuem mais benefícios do que a própria fruta. Todavia, considerando que há residências que não possuem condições de suprir as necessidades alimentícias de todos indivíduos da família, essa parte nutritiva dos alimentos e descartada por parte mais privilegiada da sociedade poderia estar sendo utilizadas por estas famílias menos favorecidas. Isso se da devido ao que Durkeim, pai da sociologia, define como solidariedade moderna, a qual consiste na supervalorização do "eu" em detrimento do coletivo.    Urge, portanto, que os agentes sociais unam-se para sobrelevar tal problemática. Para tanto, cabe ao Ministério dos Transportes investir na melhoria das rodovias com a manutenção periódica das principais estradas, bem como variar o modal de transporte construindo ferrovias para, dessa maneira, melhorar as rodovias e diminuir a super utilização e dependência da mesma. Ademais, cabe às ONGs produzirem vídeos com youtubers para conscientizar sobre a importância da doação de partes de alimentos hiper nutritivas que muitas vezes são subutilizadas para famílias que passem necessidade de alimentação, promovendo, dessa maneira, a visão coletiva dentre os indivíduos na sociedade. Assim, o Brasil caminhará a passos largos para extinguir o desperdício e oferecer uma alimentação digna.