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Enviada em: 03/10/2018

Catálise social             Em seus estudos, o sociólogo alemão Max Weber defende que o processo de entendimento da realidade social seria possível por meio da interpretação das ações dos indivíduos. Sob essa ótica, a questão do desperdício de alimentos no Brasil exige uma discussão mais ampla, haja vista que a problemática permanece intimamente relacionada à conjuntura social do país, fruto das falhas no processo produtivo e do individualismo da sociedade. Nessa perspectiva, é cabível analisar os principais efeitos de tais fatores para o meio social.            Historicamente, com o advento da Revolução Técnica e Científica no final do século XX, diversas máquinas foram criadas para acelerar o processo de produção. Entretanto, apesar de tais máquinas auxiliarem significativamente na produção e colheita de alimentos, é indubitável que essas ainda não estão adaptadas de forma razoável para reduzir as perdas na produção, uma vez que, segundo dados da ONU Verde, mais de metade do desperdício ocorre nas fases de plantação e transporte dos produtos.             Outrossim, vale ressaltar que o individualismo social influencia negativamente no impasse. Tal fato decorre porque, conforme destaca o soci Zygmunt Bauman em sua obra "Modernidade Líquida", as pessoas buscam cada vez mais não se envolverem nas relações interpessoais, fato que contribui para potencializar a individualidade. Nesse sentido, é perceptível que, hodiernamente, tal cenário colabora para ampliar o panorama da fome e do desperdício de alimento, visto que a preocupação com o próximo se tornou escassa.             É imprescindível, destarte, que o Estado e a sociedade atuem para que tais impasses sejam minimizados. Para tanto, é imperativo que o Ministério da Agricultura promova parcerias público-privadas com empresas alimentícias para, dessa forma, estimular tais companhias a adquirirem máquinas que sejam mais eficazes e que desperdicem menos alimentos no processo produtivo. Ademais, a mídia deve, por meio de propagandas, novelas e seriados transmitidos em horário nobre à população, orientar e divulgar condutas que reduzam a quantidade de alimentos desperdiçados no ambiente familiar, assim como promover hábitos para mitigar o individualismo. Assim, o Estado e a sociedade poderão atuar como catalisadores, contribuindo para aumentar a velocidade da reação coletiva de combate à problemática.