Materiais:
Enviada em: 25/10/2018

De acordo com a Teoria Malthusiana, a produção de alimentos cresce de forma aritmética e a população de forma geométrica, o que tornaria-se a causa de uma insuficiência alimentícia mundial. Entretanto, o contexto atual apresenta-se de maneira distinta, no qual é possível compreender que o crescimento populacional não se institui como principal causador de fome, e sim o desperdício de alimentos, haja vista que quase um terço da produção mundial é desperdiçada anualmente, segundo dados recentes divulgados pela mídia. Essa problemática ocorre, não raro, pela falta de infraestrutura necessária, pelo comodismo populacional, entre outros motivos.     Mormente, o principal índice de desperdício de comida acontece no manuseio e no transporte do produto, chegando a 50%, de acordo com pesquisas realizadas pela FAO. Tal cenário resulta, na maioria das vezes, da escassez de infraestrutura adequada, na qual o agricultor é prejudicado pelas exíguas possibilidades de transporte, como, estradas em más condições. Dessa maneira, ocorre um desperdício desde o início da cadeia produtiva do alimento, o qual, muitas vezes, perdura também nas próximas etapas.      Ainda convém ressaltar que, embora, segundo uma pesquisa feita pela Unilever, chamada World Menu Report,  96% dos brasileiros se preocupem com desperdício de alimentos, o Brasil apresenta em média 40 mil toneladas de alimentos descartados no lixo diariamente. Essa conjuntura demonstra uma contradição drástica e despreocupada no comportamento da população da nação. Isso acontece pois o próprio indivíduo opta, muitas vezes, somente por produtos esteticamente agradáveis, compra quantidade exacerbada de alimentos e não os consome e armazena a comida de forma errônea, por comodismo e/ou falta de conhecimento.     Portanto, é imprescindível que o desperdício de alimentos no Brasil seja extinto. A fim de que isso ocorra, é necessário que o Estado direcione mais verbas, por meio do corte de gastos em setores menos emergenciais, para transportes agrícolas e melhorias de estradas e ferrovias, com o intuito de evitar o desperdício alimentício nas fases mais tenras. Ademais, é preciso que as escolas de todo o   país, em conjunto com a Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional- a Sesan-, realizem aulas direcionadas, palestras e projetos ambientais, como criação de áreas de composteiras, visando a incitar a consciência ecológica dos estudantes. Em adição, é de suma importância que a mídia, com seu papel influenciador, dissemine, por intermédio de mais propagandas televisivas relacionadas ao tema, mais informações concretas sobre o combate ao desperdício alimentar, através de dicas e recomendações quanto ao armazenamento, manuseio e descarte.