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Enviada em: 25/10/2018

No Brasil, cerca de 40 mil toneladas de comida em condições aptas para o consumo são descartadas todos os dias, revela dados da Embrapa(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Nesse cenário, percebe-se, que o desperdício de alimentos constitui um dos principais problemas que o país se vê convidado a enfrentar, uma vez que, além de contribuir com a persistência de algumas mazelas sociais, como a fome, o infortúnio também desrespeita a harmonia do meio ambiente.    De fato, a questão da fome no Brasil poderia ser minorada se houvessem menos produtos alimentícios jogados fora de forma desnecessária. Em defesa dessa assertiva, pesquisas da Embrapa mostram que, anualmente, a quantidade de comida desperdiçada seria capaz de alimentar 19 milhões de pessoas diariamente. Nessa perspectiva, nota-se, que ainda há uma grande débito por parte do Estado em lidar com esse revés pois, segundo o mesmo órgão, 50% dos alimentos que são produzidos no Brasil se perdem no manuseio e no transporte, o que seria evitado se fiscalizações mais pertinentes fossem feitas a empresas e transportadoras dessa área.          Outrossim, vale ressaltar que, do ponto de vista biológico, o esperdício de alimentício representa uma deslealdade com o meio ambiente. Sob tal ótica, convém lembrar que grandes quantidades de água e agroquímicos são necessárias no ramo do agronegócio. Todavia, conforme o Ministério da Agricultura, quase 10% dos vegetais cultivados no país são abandonados na colheita, o que fomenta um grande impacto ambiental, haja vista que o gasto excessivo de água somado ao uso intensivo de agrotóxicos com essas mercadorias, desencadeiam efeitos nocivos a harmonia ecológica, como a contaminação do solo e o esgotamento de alguns cursos hídricos.        Fica, claro, portanto, a importância de se extinguir o desperdício de alimentos no Brasil. E para que isso seja feito, são necessárias medidas concretas que tenham como protagonistas o Estado e o Ministério da Agricultura. O Estado, com seu caráter socializante e abarcativo, precisa fiscalizar, por meio de multas e apreensões, empresas e transportadoras de comestíveis, como frutas dentre outros vegetais, que não tomem nenhuma medida para reduzir a perca desses artefatos durante o manuseio e o transporte, com o fito de diminuir o número percentual de desperdício nos próximos anos. O Ministério da Agricultura, órgão responsável pelo desenvolvimento de uma agricultura sustentável, deve recorrer ao Poder Legislativo, para que sejam tabuladas leis que determinem como crime o descarte desnecessário de comida, a fim de que possam ser punidos aqueles agricultores de pequenas, grandes ou médias propriedades que deixarem parte da produção abandonada durante a colheita. Decerto, assim, tomando esses caminhos, poder-se-á construir uma país mais consciente e equilibrado.