Materiais:
Enviada em: 27/10/2018

Na década de 70, a Revolução Verde surge como uma reposta a contratempos na produção alimentar, propondo, entre outras metas, a queda do esperdiçamento e o aumento da produtividade. Todavia, atualmente, o desperdício de alimentos ainda é um problema relevante no Brasil, e se apoia na falta de infraestrutura em toda a cadeia produtiva, bem como no tratamento que esses produtos recebem do consumidor.       Dados do jornal O Globo, de 2016, mostram que 80% do desperdício de alimentos ocorre no transporte e distribuição destes pelo Brasil. Isso revela que, majoritariamente, a problemática se desenvolve na infraestrutura precária do país para atender à produção alimentícia. Tal déficit, é claro, se faz reflexo das aceleradas urbanização e industrialização do país, que não permitiram o desenvolvimento desejável das estruturas de transporte e abastecimento dos alimentos, prejudicando de forma considerável a integridade destes ao longo da cadeia produtiva.       Além disso, o imaginário popular sobre a valorização da comida e sobre o negativismo ligado ao desaproveitamento desta ainda é pouco desenvolvido na sociedade brasileira. Émile Durkheim, filósofo francês, trata do conceito de Fato Social, cuja base é a forte influência e coerção que hábitos coletivos exercem sobre as escolhas individuais. Assim, aplicada essa filosofia ao contexto brasileiro em questão, vê-se que atos  comumente vistos na sociedade, como o de comprar alimentos em excesso e jogar fora consideráveis quantidades de comida por uma ideia errada de inutilidade, se reproduzem à medida que influenciam os indivíduos.   Portanto, é preciso que o Ministério dos Transportes viabilize a distribuição dos alimentos com as mínimas perdas possíveis, contratando empresas que sinalizem pistas, tapem seus buracos e construam rotas alternativas para o escoamento, a fim de que o desperdício no percurso seja diminuído. É necessário também que o Estado propague campanhas na TV, internet e até nos mercados, com linguagem de impacto social que conduza o cidadão a não desperdiçar o que compra para comer.