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Enviada em: 01/11/2018

De acordo com a Teoria Malthusiana, a produção de alimentos cresce aritmeticamente e a população cresce geometricamente, o que tornaria-se a causa de uma insuficiência alimentícia mundial. Entretanto, o contexto hodierno apresenta-se de maneira distinta, no qual é possível compreender que o crescimento populacional não se institui como principal causador da fome, e sim o desperdício de alimentos, haja vista que quase um terço da produção mundial é desperdiçada anualmente, segundo dados divulgados pela FAO. Essa problemática é oriunda, não raro, da falta de infraestrutura, do comodismo populacional, entre outros motivos.     Mormente, o principal índice de desperdício de comida ocorre no manuseio e no transporte, chegando a 50%, de acordo com pesquisas realizadas pela FAO. Tal cenário resulta, na maioria das vezes, da escassez de infraestrutura adequada, na qual o agricultor e o próprio consumidor final são altamente prejudicados, por exemplo, pelas exíguas e deficitárias possibilidades de transporte, já que o Brasil ostenta estradas, em suas maioria, em más condições, ocasionando perdas. Dessa maneira, acontece, erroneamente, o desperdício desde as fases mais tenras da cadeia produtiva, o qual, muitas vezes, perdura também nas próximas etapas.    Ainda convém ressaltar que, embora uma pesquisa feita pela Unilever, afirme que 96% dos brasileiros preocupam-se com o desperdício de alimentos, o Brasil apresenta 40 mil toneladas de alimentos descartados no lixo diariamente. Essa conjuntura demonstra uma contradição drástica e preocupante quanto ao comportamento populacional.  Isso acontece, pois, muitas vezes, o indivíduo opta somente por produtos esteticamente agradáveis e com aparência de muito frescos- em detrimento da conservação do valor nutricional-, compra quantidade exacerbada de alimento por querer fartura, o que remete à frase popular: "Colocar mais água no feijão", e não os consome, e armazenam a comida de forma incorreta, por causa do comodismo e/ou falta de conhecimento sobre os cuidados necessários.     Portanto, é imprescindível que o desperdício de alimentos seja extinto no Brasil. A fim de que isso ocorra, é necessário que o Estado direcione mais verbas, por meio de corte de gastos em setores menos emergenciais, para transportes agrícolas e melhorias e ampliação de estradas e ferrovias. Ademais, é preciso que as escolas, em conjunto com a Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional- Sesan-, realizem aulas direcionadas, palestras e projetos ambientais, como a criação de composteiras, visando a incitar a consciência ecológica estudantil. Em adição, é necessário que a mídia dissemine, por intermédio de mais propagandas televisivas, mais informações concretas sobre o combate ao desperdício, através de dicas sobre armazenamento, manuseio e reaproveitamento.