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Enviada em: 18/05/2019

A teoria malthusiana, do século XXI, desenvolvida por Thomas Malthus, baseava-se no preceito de que a população cresceria em demasia, superando a capacidade mundial de produzir alimentos. No Brasil, atualmente, essa premissa torna-se irreal, visto a imensa produtividade alcançada, que abre margem até para o desperdício em larga escala, abrangendo todos os setores da produção e se prolonga ao consumidor final, seja por déficits na estrutura logística da produção, seja por falta de consumo consciente.    Primeiramente, vale ressaltar que as perdas alimentícias no transporte e armazenamento dos alimentos são fatores que contribuem para o enorme desperdício. Segundo dados de 2016 da Embrapa, pelo menos 50% dos alimentos produzidos no Brasil são desperdiçados no caminho até o consumidor final. O principal modal de transporte brasileiro é a rodovia, grandemente incentivada na década de 1950 e que hoje não é suficiente para atender às demandas sem desperdicios. Com isso, a dificuldade para abastecer determinadas regiões nos prazos corretos para determinados alimentos é alta enquanto pararalelamente, determinados locais no país sofrem com a escassez de alimentos.    Além disso, a cultura da fartura no Brasil estimula o despercídio. A estocagem de alimentos e o preparo em exagero está associado ao status, a comida sinaliza riqueza e ter a despensa abastecida é, em geral, sinônimo de maior pode aquisitivo. Dessa forma, cada brasileiro joga, pelo menos, 40kg de comida no lixo por ano, de acordo com pesquisa da fundação Getúlio Vargas. Assim, o consumo não sustentável gera inúmeros prejuízos não só para o meio ambiente, como emissão de gases estufa ou produção de resíduos mas também traz a tona a realidade desigual brasileira onde perde-se a oportunidade de auxiliar quem sofre com a fome.     Destarte, é notório que o desperdício de alimentos no Brasil é um problema grave e que por vezes torna-se imperceptível aos olhos da população, porém, medidas são necessárias para modificar o quadro em questão. Cabe ao Ministério da Infraestrutura o planejamento e construção de novos modais de transporte, como o ferroviário, que aumenta a velocidade de distribuição. Além disso, cabe ao Governo Federal incentivar campanhas publicitárias quanto aos dados do desperdício todos os anos e mostrar passos de como não desperdiçar alimentos a fim de reeducar a população quanto ao desperdício.