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Enviada em: 18/06/2019

Apesar do Brasil ser referência forte na produção do setor primário e possuir significativa área cultivável, sofre com os danos e impactos causados pelo desperdício de alimentos. Mais do que falhas nas políticas públicas do país, esse desperdício acentua -ou até mesmo desencadeia-um importante problema de ordem social: a fome.       De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentos e Agropecuária), cerca de 80% da porção de alimentos desperdiçada advém da pós-colheita. Com a falta de infraestrutura nas rodovias -principal via de transporte de alimentos, há perdas estéticas e, geralmente, nutricionais desses alimentos, levando-os a não aceitação pelo público que exige um padrão além do que nossa condição política, estrutural e social pode oferecer hoje.       Além disso, o não planejamento de produção, comercialização e consumo impedem a mudança desse quadro devastador. Por exemplo: produtores e comerciantes- que precisam lidar com o alto padrão de exigência do mercado e, população consumidora- com o mau hábito de comprar mais do que é capaz de consumir, contribuem para que alimentos que poderiam ser reaproveitados para finalidades secundárias, como produção de doces e iguarias, sejam descartados simplesmente por não satisfazerem mais suas necessidades instantâneas.       Por conseguinte, lidamos com números estarrecedores de pessoas que sofrem com a falta de alimentos. Conforme dados divulgados pela FAO, 1 em cada 9 indivíduos martiriza-se com a fome, enquanto 40 mil toneladas de alimentos poderiam ser reutilizados em restaurantes, escolas e em nossas casas e devidamente distribuídas para população que sofre de Insegurança Alimentar. Desse modo, iniciaria-se uma pequena e fundamental transição de panorama.       Destarte, é imprescindível que alternativas sejam encontradas e colocadas em prática para mitigação desse revés. É essencial que os ministérios de Infraestrutura e Desenvolvimento Social, promovam restauros nas vias usadas para transporte de alimentos e apoiem o acréscimo de ONG's voltadas para essas ações sociais, respectivamente. É relevante também apropriar-se dos recursos midiáticos para desenvolver propagandas e comerciais que sejam capazes de levar a sociedade a uma reflexão sobre o desperdício de alimentos. Para que assim, o Brasil seja referência não só em produção de alimentos, mas também no aproveitamento deles.