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Enviada em: 07/06/2017

O desperdício de alimentos está relacionado com o despreparo agroindustrial e com a irresponsabilidade dos consumidores. Logo, para solucionar problemas consequentes, como a fome, é necessário reduzir o desperdício, já que esse ultrapassa os 40 milhões de toneladas anuais produzidos somente pelo Brasil, segundo a pesquisa da Embrapa. Apesar das melhoras tecnológicas e científicas, ainda há perdas diante de políticas consumistas, gerando inúmeros impactos ambientais.      A cultura brasileira é consumista e é proveniente dos modelos europeu e norte-americano, que após as Revoluções Industriais bombardearam o mundo com produções mais rápidas e mecanizadas. A partir de então, padrões de consumo foram difundidos e geraram desigualdades. Consequentemente, o Marketing incentiva, mediante peças publicitárias, o consumo desenfreado ligado a classe social a que pertence e seu respectivo poder aquisitivo. O problema não se restringe ao dispêndio em si, mas também ao desperdício do que se considera lixo, ou seja, após utilizar somente o necessário para a alimentação, o resto é jogado fora, acumulando sobras orgânicas que alimentariam milhões de pessoas e que, no fim, causam impactos negativos para o meio ambiente.    Soma-se a isso, a degradação ambiental decorrente da produção de alimentos, visto que a agricultura, apesar de necessária, traz diversos prejuízos ao meio. Pode-se citar, como exemplo, o desmatamento e a possível erosão, além do uso indiscriminado de agrotóxicos, que podem contaminar o solo e o lençol freático, alterando a qualidade da água. Ademais, dos cultivos não consumidos são gastos 250 quilômetros cúbicos de água, gerando mais 3 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 2013.     Em suma, o cenário atual é caracterizado pelos danos ecológicos e pela desigualdade que assola o Brasil. Para reverter o panorama, é necessário, portanto, que a mídia, ao invés de injetar propagandas favoráveis ao consumo descontrolado, exiba comerciais que incentivem ao consumo eficiente, evitando desperdícios em grandes volumes. Embrapa, FAO e WWF-Brasil empenhem-se mais nas campanhas contra o desperdício, juntamente com ONGs e outras instituições, promovendo o destino adequado das sobras orgânicas, alimentando mais pessoas e reduzindo os problemas ambientais. Outrossim, a sociedade e a escola podem ensinar e propiciar às crianças e aos jovens, por meio de palestras, debates coletivos e grupos de discussões, modelos mais sustentáveis pautados no consumo cônscio e no desperdício zero, a fim de que se reduza não somente a fome, como também os impactos ambientais.